Papel hidrológico das planícies de inundação no terço superior das bacias hidrográficas

Abstract

Bacias hidrográficas são áreas captam e conduzem as precipitações para um exutório principal. O seu modelado do terreno é resultado da interação entre componentes ativos (clima e seres vivos) e passivos (geologia). Os fluxos hidrológicos estão condicionados ao modelado do terreno e processos pedogenéticos tornam vertentes e planícies de inundações funcionalmente distintas. O objetivo deste trabalho foi levantar as habilidades hidrológica de retenção hídrica nas planícies de inundação em setores de alta pluviosidade da bacia do rio Paraíba do Sul (55.400 km²), vertente direita, onde se encontra o Rio Dois Rios/R2R (3.159 km²), região cujas as características ambientais são típicas de zonas abrigadas (sotavento) na Serra do Mar. A cabeceira (13,1%) tem precipitação variando entre 1.500 a 2.800 mm/ano e drenagem condicionada pelas fraturas geológicas. Foram encontram-se 42 microbacias cujas vertentes escarpadas têm orientação predominante para NE – N – NO (44,3%), plano de curvatura predominantemente convexo (50,4%) e solos pouco espessos. As 1.056 planícies de inundação, principal setor que promove regulação hídrica, têm 498 com especial interesse para adequação de práticas de manejo conservacionista e regulação hídrica. A planície de inundação do Parque Natural Municipal Juarez Frotté (6.310,51 m2), perímetro (315,92 m), índice de circularidade (0,79) e altitude (1.043 m) é uma das classificadas entre as 498 prioritárias. Ela teve sua hidrologia caracterizada nos primeiros nos primeiros 0,45 m de profundidade do solo por meios dos parâmetros: condutividade hidráulica, textura, densidade do solo, densidade das partículas, porosidade e concentração de carbono orgânico. O solo Cambissolo Flúvico Tb Distrófico apresenta baixa potencial de infiltração e armazenamento de água. O setor (0 a 30 metros da calha) é mais úmido, com menor capacidade de infiltração e maior contribuição para calha. O setor mais afastado |(a partir de 30 metros) é menos úmido, com maior capacidade de infiltração e armazenamento estratégico de água. Ambos os setores operam de forma complementar, interagindo nos períodos de seca e estiagens. Se observou que a presença de depósito de tálus a mais de um metro de profundidade, pode estar condicionando mais a dinâmica hídrica na superfície do solo, dificultando a formação de indicadores nítidos de setorização hidrológica.