Aditivos na ensilagem de capim-Massai (Megathyrsus maximus x M. infestum cv. Massai)

Abstract

A conservação do excedente de forragem produzida na estação chuvosa é uma alternativa viável para suprir a escassez de alimento volumoso no período seco. Entretanto, o baixo teor de matéria seca, a baixa proporção de carboidratos solúveis e a alta capacidade tampão no estádio ideal de corte para ensilagem prejudica a atividade fermentativa, resultando em silagens de baixa qualidade. Assim, o uso de tecnologias que visam minimizar os efeitos destas variáveis sobre o perfil fermentativo da silagem é uma alternativa para o uso de forrageiras de alta capacidade produtiva. Portanto, o objetivo geral deste estudo foi avaliar os benefícios obtidos mediante a inclusão de polpa cítrica peletizada associado ou não a inoculante microbiano na ensilagem de capim-Massai, visando contribuir para o conhecimento dos processos de ensilagem de gramíneas tropicais, bem como a manutenção das condições de conservação das referidas silagens. Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 X 4 (presença ou ausência do inoculante microbiano x 10, 20 e 30% de polpa cítrica peletizada), com cinco repetições/tratamento. O material foi acondicionado em silos de PVC por 90 dias. Decorrido esse período foram realizadas novamente pesagens para determinação da RMS e de perdas. Após abertura dos silos, amostras foram coletadas para posteriores análises de nitrogênio amoniacal, pH e composição químico-bromatológica. A adição da polpa cítrica peletizada provocou aumento dos teores MS em 28,45%, reduziu as perdas por gases e não houve produção de efluente, além de altas taxas de recuperação de MS. Foi observado efeito de interação entre o inoculante microbiano e a polpa cítrica para os teores de EE e EB. Os valores de pH e N-amoniacal se mantiveram dentro da faixa considerada ideal para silagens de qualidade. Foi observado efeito linear decrescente da adição de polpa cítrica sobre os teores da FDA (de 43,92 para 37,95%), FDN (de 74,45 para 59,65%), CEL (de 33,28 para 28,02%) e HEMI (de 30,53 para 21,39%), mas com pequeno aumento dos teores de LIG (5,28 para 6,31%). Comportamento contrário foi observado para os teores de CT, que apresentaram acréscimos de 0,05 unidade percentual para cada 1% de polpa cítrica adicionada. Para os teores de PB a polpa cítrica proporcionou acréscimos de 0,02 unidade percentual para cada 1% de inclusão desse aditivo, com variação de 4,85 para 5,69%. Quanto aos teores de PIDN, observou-se efeito de interação, com comportamento quadrático para presença e ausência do inoculante microbiano e, pontos de mínimo igual a 15,88% e de máxima igual a 31,34% de polpa cítrica, respectivamente. Para os valores de PIDA a inclusão de polpa cítrica peletizada provocou efeito linear crescente com aumentos de 0,13 unidade percentual para cada 1% de inclusão desse aditivo na ensilagem de capim-Massai, com variação de 10,83 a 15,11%. Não foi observado efeito da presença ou ausência do inoculante microbiano nem de interação entre os fatores sobre as frações proteicas e energéticas. As frações de energéticas (A + B1, B2 e C) e as frações nitrogenadas B1 + B2 e C foram influenciadas pelos níveis de inclusão de polpa cítrica, o que não foi observado nas demais frações A e B3 das silagens. As frações A + B1 e C aumentaram em função dos níveis de inclusão da polpa cítrica, enquanto os teores da fração B2 foram reduzidas. Também foi observado aumento dos teores da fração protéica indigestível (C). As frações de energéticas variaram de 32,12 a 42,97%; 54,93 a 41,31% e 12,95 a 15,72% para A + B1, B2 e C, respectivamente. Enquanto as frações proteicas variaram de 29,81 a 22,13% e 10,83 e 15,11%, para B1 + B2 e C. As inclusões de 10 a 20% de inclusão de polpa cítrica peletizada, com base na máteria natural do capim-Massai, são suficientes para melhorarem os parâmetros fermentativos e perfis de carboidratos e proteínas das silagens.