Cultivo de brócolis (Brassica oleraceae var. italica), em sucessão a adubos verdes, sob manejo orgânico

Abstract

A adubação verde vem sendo adotada como alternativa à ciclagem de nutrientes via resíduos orgânicos de origem animal. Esse estudo objetivou avaliar consórcios de milho (Zea mays) com feijão de porco (Canavalia ensiformis), milho com crotalária (Crotalaria juncea) e o cultivo solteiro de milho, como adubo verde para a cultura do brócolis, em sucessão conduzida sob manejo orgânico. O trabalho foi conduzido em duas etapas: A Fase 1 consistiu no plantio dos adubos verdes nos seguintes tratamentos dispostos em blocos casualizados, com cinco repetições: (T1) Milho consorciado com feijão de porco; (T2) Milho consorciado com crotalária; (T3) Milho em cultivo solteiro (Monocultivo); (T4) Pousio. Avaliou-se a influência dos consórcios na produtividade do milho, além de verificar a produção de biomassa e acúmulo de N, P e K na biomassa produzida. Na fase 2 do experimento, sobre a palhada produzida na Fase 1, foi feito o plantio direto de brócolis no espaçamento de 1 m x 0,5 m. Para o brócolis, avaliou-se o peso fresco e seco, diâmetro e circunferência das inflorescências. Já para o caule, foi determinado o peso fresco, seco e comprimento. Nas folhas foi determinado peso fresco e seco. Foram quantificados os teores de N, P e K em todas as partes do vegetal. Nas duas fases analisou-se a influencia dos tratamentos na biomassa de plantas espontâneas utilizando a metodologia do quadrado mágico. O tratamento T1 obteve maiores valores de produtividade para o milho verde, seguido pelo T2. Os teores de N, P e K acumulados na espiga não demonstraram diferença significativa entre os tratamentos. Os tratamentos T1 e T2 também demonstraram maiores valores na produção de biomassa seca e consequentemente maior quantidade de N e K na palhada. Na fase 2 foram verificadas maior produtividade, circunferência e diâmetro das inflorescências de brócolis para os tratamentos T1 e T2 em relação ao T4 (pousio), assim como seus teores de N. Em relação ao caule, houve diferença significativa apenas para o peso fresco entre os tratamentos T2 e T4. O peso fresco da folhas foi evidencia da influencia significativa pelos tratamentos T1, T2 e T3 em relação ao T4. A adubação verde proporcionou o controle de plantas espontâneas nas duas fases do experimento, onde os tratamentos T1 e T2 estabeleceram maior pressão de controle na fase 1, e T3 e T4 na fase 2. Concluiu-se que, a prática de adubação verde proporcionou o aumento da produtividade de brócolis, influenciado pelo consorcio do milho com leguminosas, o que permitiu o maior aporte de matéria orgânica e nutrientes ao solo, possibilitando a geração de renda pelo produtor de hortaliças no período de entressafra.