Biossólido e fertilizante mineral como adubação de plantio de espécies da Mata Atlântica: crescimento inicial e seus efeitos no solo

Abstract

Considerando o cenário de degradação e fragmentação dos biomas ao longo do tempo, é necessária a implantação de medidas que visem à recuperação destes ecossistemas. Uma possível alternativa para suprir as demandas nutricionais das plantas, é a utilização do biossólido. Objetivou-se no primeiro capítulo avaliar a sobrevivência e influência nas variáveis de crescimento, no campo, de Guarea guidonia, Cordia superba e Inga edulis, em função da fertilização de plantio utilizando biossólido e fertilizante mineral e seus efeitos no solo. O experimento foi instalado e conduzido em área da Reserva Ecológica de Guapiaçu, município de Cachoeiras de Macacu – RJ, em delineamento em blocos ao acaso, utilizando-se três espécies arbóreas, com cinco blocos. Com base na análise química do solo e do biossólido, foi adotada como dose 4,5 litros de biossólido por cova, além da fertilização mineral com a quantidade de nutrientes equivalente a dose de biossólido. Desta forma, os tratamentos consistiram em testemunha, 4,5 litros de biossólido e fertilização mineral em cova, solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico de textura franco-argilo-arenosa, em área que apresenta relevo forte ondulado. Para as espécies Guarea guidonia e Cordia superba a fertilização com o biossólido apresentou resultados satisfatórios para o crescimento. A espécie Inga edulis respondeu a fertilização na forma mineral. A aplicação de biossólido aumentou a quantidade de matéria orgânica presente no solo. Para o segundo capítulo o objetivo foi verificar o crescimento de Guarea guidonia em função da aplicação de doses crescentes de biossólido, e seus efeitos no solo, em condições de vaso. Utilizando-se o mesmo solo do capítulo I, coletado em área do experimento, camada de 0-60 cm, e doses de biossólido (0; 1,5; 3,0 e 6,0 litros por vaso), instalou-se experimento em delineamento inteiramente casualizado, utilizando a espécie Guarea guidonia, em área da UFRRJ, com 8 repetições de cada planta por tratamento, em vasos de 18 litros. A espécie apresentou os maiores valores para as variáveis mensuradas com a maior dose utilizada (6,0 l de biossólido por vaso), além disso, o aumento da dose melhorou as características químicas do solo, assim como o aumento de matéria orgânica. No terceiro capítulo, utilizando as mesmas doses do capítulo II objetivou-se avaliar qual é a mais recomendada para o crescimento de Lafoensia glyptocarpa. Além disso, objetivou-se comparar a melhor dose com as fertilizações minerais no crescimento e nutrição de Lafoensia glyptocarpa, e seus efeitos na química do solo. Utilizando solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico de textura argilosa, instalou-se experimento em delineamento inteiramente casualizado com 6 repetições de cada planta por tratamento. A melhor dose dentre as avaliadas foi a de 6 l de biossólido por vaso. Lafoensia glyptocarpa respondeu à adubação com as fontes utilizadas, ambas diferiram significativamente da testemunha, que apresentou as menores médias para a maioria das variáveis. Em comparação às fertilizações minerais, a dose de 6 l apresentou resultados satisfatórios, sendo recomendada para a adubação desta espécie em solo semelhante ao utilizado no presente estudo.