Os impactos do ensino agropecuário do Instituto Federal do Amazonas na Comunidade Indígena Ticuna Umariaçú em Tabatinga-AM

Abstract

Essa pesquisa procura analisar os possíveis impactos do ensino Técnico Agropecuário no contexto da vida em comunidade indígena de atuação do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Campus Tabatinga, na modalidade Proeja, tendo em vista a formação de profissionais indígenas que pudessem contribuir com o processo de desenvolvimento econômico e segurança alimentar do povo Ticuna. O lócus da pesquisa refere-se à comunidade indígena Ticuna do Umariaçú que se encontra localizada no município de Tabatinga-AM, situada no contexto de Amazônia, na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru, na Mesorregião do Alto Solimões. A metodologia utilizada para desenvolver esta pesquisa baseia-se no enfoque epistemológico da fenomenologia pela ênfase dada ao mundo da vida cotidiana. A abordagem qualitativa nos permite ter uma visão mais ampla de um cenário do fenômeno social, isto é, estimulando a pesquisa de forma livre sobre o tema, objeto e conceitos. A técnica utilizada pauta-se no Estudo de Caso, o qual possibilita a análise do fenômeno social em questão de forma sistêmica (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). O método leva a compreensão a partir da própria realidade, obtendo dados através de entrevistas, questionário socioeconômico e observação participante. Participaram desta pesquisa, 09 (nove) alunos egressos indígenas do curso técnico em agropecuária na modalidade proeja, todos da etnia Ticuna, 07 (sete) lideranças indígenas Ticunas do Umariaçú; 02 (dois) professores do Ifam que atuam na área técnica da agropecuária; 01 (um) coordenador do curso de agropecuária. Os resultados desta pesquisa vêm afirmar categoricamente a necessidade de formulação de políticas públicas mais específicas que atenda as peculiaridades da comunidade indígena, bem como a necessidade de oferecer capacitações profissionais técnicas que realmente possam investir de forma mais efetiva no desenvolvimento econômico, para então proporcionar autonomia financeira e independência governamental. Portanto, conclui-se que o Ifam possa repensar novos cursos que sejam mais condizentes com a realidade sociocultural dos indígenas Ticuna nesse trapézio amazônico, possibilitando a inclusão social. Por fim, os estudos sugerem novas pesquisas, tendo em vista a complexidade que envolve a temática de formação profissional em nível médio de indígenas do Amazonas