Entre os saberes tradicional e institucional: o Lago do Piranha e o manejo de pesca

Abstract

A pesca é a principal atividade de sustento e segurança alimentar da população ribeirinha do Estado do Amazonas. O pescado representa não só a base alimentar da população ou a principal fonte de proteína, como também a diversidade de espécies, a abundância e principalmente a atividade familiar que é herdada de pais para filhos como ensinamento para manutenção da subsistência, obtenção financeira, cultural, comportamental, ambiental e social. Os saberes tradicionais e o ensino formal apresentam-se como indissociáveis, uma vez que o ensino formal e a práxis da gestão dos recursos naturais, conectam-se aos arranjos produtivos locais, por meio da validação científica oriunda do domínio empírico, conceitos referentes a sua sobrevivência diária, conhecimentos sobre a da fauna e flora, territorialidade, vivência e com a práticas de seu dia a dia, que devem ser levados em consideração no espaço escolar. Frente a essa realidade, cabe à escola formal do campo considerar e utilizar esses conhecimentos cada vez mais e ensinar nessa lógica de diálogo e respeito aos saberes e espaços existentes onde está inserida. O estudo apresentado evidencia os saberes e a vivência harmoniosa em um ambiente exuberante no Lago do Piranha e objetiva analisar o saber tradicional em relação ao saber formal dos alunos e pescadores enfatizando-os como os protagonistas de suas histórias a ser veiculada por meio da narrativa oral e etnográfica. Pescadores e alunos, pais e filhos contribuíram com o estudo por meio dos saberes e práxis exercida na atividade de manejo do manejo sustentável e a dinâmica de uso e preservação dos recursos pesqueiros. O manejo de pesca comunitário é fomentado e trabalhado pelos pescadores, como expectativa de melhoria de renda e de sanar parte das dificuldades no exercício da pesca, enquanto os alunos demonstram suas percepções e perspectiva das ações pró-manejo por meio do ensino formal. A educação nos proporciona os melhores frutos que uma sociedade pode plantar, cuidar, permitindo assim a colheita por outras gerações