Transmissão de Xanthomonas vesicatoria por sementes de tomateiro e protocolos aplicados ao seu estudo.

Abstract

Este estudo objetivou avaliar o efeito de Xanthomonas vesicatoria sobre a taxa de aborto floral, as características de frutos de tomate e determinar a taxa de transporte e transmissão da bactéria das sementes para as plântulas de tomate. Inicialmente, foi realizada a seleção de um meio de cultura para germinação de sementes inoculadas com X. vesicatoria, utilizando-se os meios: Ágar-Água (AA) e Nutriente Ágar (NA), adicionados ou não de Solução Nutritiva de Hoagland, considerando a fração de macro ou de macro e micro nutrientes. Em casa de vegetação, foi desenvolvido um ensaio para verificar o efeito de X. vesicatoria no desenvolvimento e características de frutos de tomate, cultivar Santa Clara Miss Brasil, inoculados via atomização dos cachos florais com diferentes concentrações de inóculo (0, 10 4 , 106 e 108 UFC.mL-1 e controle). Avaliou-se a porcentagem de flores abortadas e fixadas, em relação ao número inicial, a uniformidade da coloração, diâmetro, massa fresca dos frutos fixados, o número de sementes viáveis e a ocorrência de defeitos, anomalias e sintomas da doença. E finalmente, avaliou-se a eficiência de transmissão da fitobactéria, in vitro, utilizando-se sementes de frutos inoculados via flor com suspensão bacteriana a 106 UFC.mL1 . Estas amostras de sementes foram submetidas ou não a assepsia superficial. Uma segunda amostra composta por sementes de frutos não inoculados foi submetida à assepsia superficial e inoculação à vácuo com X. vesicatoria ou não inoculadas mas submetidas a assepsia. Isolamentos indiretos foram feitos do: 1) tegumento, 2) radícula, 3) hipocótilo 4) folhas cotiledonares com o tegumento aderido e 5) folhas cotiledonares livres do tegumento, extraídos de plântulas desenvolvidas a partir de sementes semeadas no meio Ágar-Água com macro e micronutrientes. Em casa de vegetação, ocorreu elevada taxa de aborto floral em função das altas temperaturas, não houve queda de frutos e nem expressão de sintomas de mancha-bacteriana. O número e porcentagem de flores abortadas variaram com os tratamentos. Maiores taxas de aborto ocorreram nas plantas inoculadas com 106 UFC.mL-1 , 108 UFC.mL-1 e testemunha com solução salina. Não houve alteração do diâmetro equatorial e do número e porcentagens de sementes totais e vestigiais. Maior massa fresca e diâmetro longitudinal foram obtidos nos frutos inoculados com 106 UFC.mL-1 e solução salina. No estudo de transmissão in vitro, não se observou efeito significativo dos tratamentos sobre a população de X. vesicatoria incidente na radícula. A taxa de recuperação da bactéria na amostra inicial foi maior no tratamento inoculado à vácuo, 40%, e igual estatisticamente ao tratamento inoculado via flor já aos dois dias após a semeadura. Nos cotilédones, aos 14 DAS, a população bacteriana foi maior na folha que manteve o tegumento aderido, no tratamento composto pelas sementes inoculadas à vácuo.