Inseminações sincronizadas com intervalo de 21 dias em novilhas Nelores não gestantes após diagnóstico precoce de gestação com ultrassonografia Doppler

Abstract

Dois experimentos foram realizados para desenvolver novas estratégias para ressincronizar a ovulação de bovinos de corte. O primeiro foi realizado em Rio Branco-AC utilizando 300 novilhas Nelores. Após a primeira IATF, as novilhas foram distribuídas em dois programas de ressincronização com inseminações em intervalos de 24 (PR-24) e 21 (PR-21) dias. Os tratamentos diferiram principalmente no momento de iniciar a ressincronização e do diagnóstico de gestação (DG). No PR-24, o DG foi baseado na perfusão vascular do CL aos 22 dias pós IATF, sendo que fêmeas vazias receberam aplicação de análogo de PGF2α, cipionato de estradiol, eCG e foram inseminadas no dia 24. No PR-21, o DG foi realizado com a mesma metodologia do PR-24, entretanto fêmeas consideradas vazias foram inseminadas imediatamente após o DG e receberam apenas gonadorelina. Novilhas do PR-21 apresentaram maior tamanho de folículo dominante do que as do PR-24, 10,9mm (±1,9) vs. 10mm (±2,1), respectivamente (P=0,0003), no entanto não houve diferença para taxa de ovulação (86,9% em PR-21 vs 86,8% em PR-24). A taxa de concepção (TC) da primeira IATF foi de 24,6%. As TCs das novilhas ressincronizadas foram 33,6% e 29%, respectivamente, para PR-21 e PR-24 (P = 0,4). A TC da IATF realizada nas fêmeas que foram falso positivo no primeiro DG foi de 21,6% e as taxas de prenhez ao final da estação para PR-21 e PR-24 foram, respectivamente, 58,5% e 55,6%. Foi observada diferença entre TC das resynch PR-21 + PR-24 comparado a IATF (31% vs 24,6%; P=0,01). Foi observada diferença entre touros para concepção 59,2% vs. 24,8% (P=0,0001) e incidência de DG FP 6,5% vs 34% (P=0,01). O segundo experimento foi realizado em Valença-RJ utilizando 76 Novilhas Nelores, sendo que os tratamentos de ressincronização foram os mesmos utilizados no PR-21. O objetivo foi comparar a eficiência de diferentes métodos de avaliação do corpo lúteo (perfusão vascular, tamanho e ecotextura) de forma objetiva e em escores subjetivos com diferentes avaliadores, como estratégia de DG precoce aos 21 dias pós IATF. Número de pixels coloridos, ecotextura/mm² e diâmetro apresentaram correlação de 0.65, 0.42 e 0.70, respectivamente, com o DG aos 33 dias (P<0,0001). Acurácia, sensibilidade e valor preditivo negativo (VPN) do diâmetro do CL foram similares a contagem de pixels coloridos. Não foi observada diferença entre avaliadores e todos apresentaram correlações similares dos escores com seus respectivos valores objetivos com alta significância nas correlações (P<0,0001). Somente escores de vascularização tiveram mesma eficiência que a avaliação objetiva, contudo, escores de tamanho e ecotextura juntos tiveram acurácia 88%, similar aos escores de vascularização 87.8%. As metodologias de escores subjetivos apresentaram eficiência similar pela análise na curva ROC (P=0,34). DG falso positivo foi de 22,7% e 19,2% (P=0,3), já o DG falso negativo foi 0% e 5,4% (P=0,0001), respectivamente, para DG no modo Doppler e modo B (ecotextura e tamanho). O PR-21 apresentou mesma eficiência que PR-24 e a ultrassonografia Doppler apresentou mesma eficiência quando usada de forma subjetiva, enquanto o tamanho do CL apresentou mesma eficiência que o Doppler somente avaliado de forma objetiva