Desenvolvimento de protocolo para coleta de amostras dos núcleos da base do cérebro de bovinos e equinos, para exame histopatológico

Abstract

Animais de produção acometidos por doenças que cursam com sintomatologia nervosa, devem ser necropsiados e fragmentos do sistema nervoso coletados para exame histopatológico. No que se refere à coleta de encéfalo, é importante a padronização de

procedimentos e ao mesmo tempo a simplificação de protocolos. O presente trabalho justifica- se na importância em padronizar clivagens do cérebro na rotina em neuropatologia,

maximizando a representatividade de estruturas subcorticais, com economia de processamento histológico. O objetivo foi descrever clivagens do cérebro para dois conjuntos de fragmentos de tecido nervoso obtidos em diferentes planos de secção, padronizando a localização dos núcleos constantes do corpo estriado, obtido através do corte transversal do telencéfalo ao nível do quiasma óptico; e outro conjunto, componentes do sistema límbico, obtido através do corte no plano dorsal do lobo piriforme. Foram utilizados 29 encéfalos de equinos e 11 encéfalos de bovinos constantes de amostra de conveniência de acervo laboratorial. Os encéfalos foram pesados formolizados e mensurados em seu comprimento e largura total, altura dos hemisférios direito e esquerdo ao nível do lobo piriforme e comprimento dos hemisférios direito e esquerdo. Após as mensurações, foram realizadas as clivagens e os fragmentos foram processados de acordo com a rotina histológica. As lâminas foram ilustrativas para a identificação microscópica das estruturas propostas. O peso médio dos encéfalos, cujo a concentração do formol era a 20%, foi de 400,0 ± 85,0 gramas para bovinos e 380,0 ± 69,0 gramas para equinos. Para os bovinos, os valores médios obtidos das mensurações foram: comprimento total do encéfalo (12,00 cm), comprimento do hemisfério direito (9,60 cm), comprimento do hemisfério esquerdo (9,50 cm), altura do hemisfério direito (6,20 cm), altura do hemisfério esquerdo (6,20 cm) e largura total do cérebro (9,10 cm). Para os equinos os valores médios foram: comprimento total do encéfalo (12,00 cm), comprimento do hemisfério direito (9,60 cm), comprimento do hemisfério esquerdo (9,60 cm), altura do hemisfério direito (6,00 cm), altura do hemisfério esquerdo (5,90 cm) e largura total do cérebro (8,52 cm). O corte transversal ao nível do quiasma óptico possibilitou o enquadramento das estruturas do corpo estriado em todas as amostras na posição vertical do cassete, à exceção do claustro nos fragmentos obtidos de cérebros de maior dimensão, em que a orientação dorsal acomodou o claustro. Para a amígdala cerebral, hipocampo e tálamo, o corte dorsal incidindo a parte caudal do sulco rinal lateral possibilitou a localização das referidas estruturas em todas as amostras. Imagens submacroscópicas das lâminas e as correlações com as peças clivadas auxiliaram na confirmação das identificações dos núcleos considerados neste trabalho. Conclui-se que os cortes adotados neste trabalho foram adequados para a clivagem visando a localização dos núcleos propostos, independente do peso e variáveis métricas do encéfalo consideradas neste estudo.