Relacionamentos abusivos: representações sociais de universitários(as)

Abstract

A juventude é a época em que as relações íntimas e afetivas são deflagradas com maior intensidade. Dessa forma, questões de gênero e papéis sociais costumam ser ativados e associados a modelos de comportamento nas relações afetivas. Nesse contexto, o lugar do homem e da mulher sofre diversos atravessamentos dos valores e princípios consensuados na cultura. A universidade, apesar de ser um lócus de constante ampliação de conhecimentos e trocas, também é lugar de expressão, e muitas vezes, do início ou a continuação das relações interpessoais afetivamente direcionadas. Neste sentido, a pesquisa teve como foco os relacionamentos abusivos, pois identificou se tratar de um fenômeno histórico, socialmente construído e transformado, que envolve um repertório de questões que perpassam a construção social de gênero, relacionamento afetivo e violência de gênero. Pretendeu-se, através da Teoria das Representações Sociais (TRS) apreender aspectos cognitivos, crenças, valores, opiniões, na forma de um saber que é elaborado e compartilhado por membros de um grupo de pertença. Portanto, investigar a possível existência das representações sociais de universitários (as) acerca de relacionamentos abusivos configurou o objetivo geral do estudo. A pesquisa foi realizada em outubro de 2020, com 210 universitários (as), de 09 Universidades do Rio de Janeiro e 01 do Rio Grande do Sul, públicas e privadas, através de compartilhamento de link pelas redes sociais. Os resultados indicaram que, as representações sociais para Relacionamento Abusivo apresentaram temas como Medo, Raiva, Violência, além de Possessividade, Machismo, Dependência e Baixa Autoestima como significados atribuídos pelos (as) jovens universitários(as) ao fenômeno estudado.