Violência intrafamiliar um estudo pela perspectiva dos profissionais da rede socioprotetiva de Mesquita/RJ

Abstract

Apesar dos avanços significativos na concepção do cuidado e na criação de leis assegurando os direitos de crianças e adolescentes, a violência contra essa população não deixou de ocorrer. Lamentavelmente, a maior parte dos relatos de violência infantojuvenil ocorre no ambiente em que ela deveria sentir-se mais segura e acolhida: a casa. Segundo o Fundo das Nações Unidas, três quartos das crianças de 2 a 4 anos do mundo – cerca de 300 milhões – sofrem agressão psicológica e/ou punição física tendo como autores os seus cuidadores. A família, que deveria ser compreendida como o local de proteção primário, têm exibido relações não seguras, causadas por fatores complexos. O trabalho da rede socioprotetiva é de suma importância para que a lei seja executada. Quando se trata de violência, esta rede se estende para que outros agentes possam contribuir. É através do Sistema de Garantia de Direitos que se institui a rede de proteção, seus eixos de promoção, controle social e defesa de direitos sustentam e direcionam os seus componentes, para que assim, o trabalho esteja de acordo com os preceitos estabelecidos na Constituição. Levando esses fatores em conta, o presente trabalho de pesquisa tem como objetivo analisar como ocorre o funcionamento da rede de profissionais das instituições públicas protetivas do Município de Mesquita/RJ e como atuam frente às demandas de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes. A Revisão Integrativa da Literatura contribuiu e embasou a pesquisa de campo. Como resultados do trabalho de campo, constatou-se que há descontinuidades na rede, falta de capacitação profissional e ausência de trabalhos para o agressor; além disso, foi possível observar as relações interpessoais dos profissionais, fator visto e percebido pelos mesmos como positivo e facilitador dos processos em rede. Sendo assim, a partir dos dados obtidos através desta pesquisa, considera-se urgente investir na criação de um plano de enfrentamento contra a violência intrafamiliar.