Avaliação sobre vínculo e reinserção familiar em centros de referência especializada em assistência social na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro

Abstract

Este projeto teve por objetivo verificar como ocorre o trabalho técnico dos profissionais de um Centro de Referência Especializada de Assistência Social no trabalho com vínculo familiares e processos de reinserção familiar de crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente, através do trabalho de fortalecimento de vínculos familiares do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos. Para compreensão de tais fenômenos, foi utilizada a metodologia qualitativa, com entrevistas semiestruturadas e análise a partir dos pressupostos da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano e análise de conteúdo. A necessidade de aprofundar o entendimento sobre esse processo se sustenta primeiramente no direito previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 19, o direito da convivência familiar e comunitária, e a primazia em tentativas pelo retorno da criança e adolescente ao ambiente familiar; mas, sobretudo, em estudos que apontam a necessidade de mais pesquisas e intervenções sobre o fortalecimento de vínculos e reinserção familiar no contexto do Centro de Referência Especializada de Assistência Social. Foram convidados a participar da pesquisa profissionais que trabalharam ou atuam com essa temática em diferentes Centros de Referência Especializada de Assistência Social da região próxima à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A saber, Seropédica, Nova Iguaçu e Mesquita. Também foi realizada uma Revisão Integrativa da Literatura, a fim de compreender o que se tem publicado e desenvolvido em pesquisas sobre essa temática na atualidade. Para análise e considerações, foi feita uma triangulação dos métodos utilizados, e, como resultados encontrados, verificou-se pouca compreensão sobre o conceito de vínculo familiar e uma ambiguidade na percepção das técnicas sobre o que fragiliza os vínculos, ora por falha nas políticas públicas, ora por falhas da própria família. Por conseguinte, muitas barreiras se colocam no trabalho de reinserção familiar, sendo percebidos muitos fatores de disfunção, como falta de capacitação, de trabalho em rede, de tempo mínimo para cuidado com vínculos familiares, de adesão das famílias, falta de desejo ou conhecimento dos profissionais, falta de recursos básicos. Nos casos em que houve cuidado com vínculos, havia também boa relação da equipe técnica e pouca rotatividade dos profissionais. Ainda, houve pouca definição de vínculo familiar, indicando necessidade de espaços de reflexão. Como produto desse trabalho, foi criado um curso de capacitação para ser oferecido aos técnicos dos equipamentos avaliados.