Digestão total e cecal de alimentos volumosos em eqüinos

Abstract

Este trabalho foi realizado com o objetivo de estimar a digestibilidade e a degradação dos nutrientes e a cinética de passagem de alimentos volumosos em eqüinos utilizando as técnicas de sacos de náilon móveis e da digestão in situ. Foram realizados dois ensaios de digestão e os alimentos volumosos utilizados nos dois estudos foram, alfafa (Medicago sativa), amendoim forrageiro (Arachis pintoi), Desmodium ovalifolium, Stylosanthes guianensis, guandu (Cajanus cajan), Macroptyloma axilares e capim coastcross (Cynodon dactylon cv. coastcross). A alimentação foi uma dieta basal composta por 80% de feno e 20% de concentrado. No primeiro ensaio, com sacos móveis, foram utilizados cinco eqüinos mestiços com idades variando de 17 a 27 anos, com peso vivo médio de 350kg. Para a confecção dos sacos, utilizou-se tecido de náilon com porosidade de 45μ com dimensões de 7,5x 2cm, inserindo 510mg de MS de amostra/saco. O ensaio teve duração de 12 dias, sendo três para a adaptação, cinco para inserção gástrica dos sacos e quatro de coleta dos sacos. O delineamento foi em blocos inteiramente casualizados com sete tratamentos e cinco repetições. A sonda nasogástrica foi inserida duas vezes ao dia, de manhã e à tarde com 29 sacos, sendo quatro para cada alimento e um em branco, anotou-se o tempo de trânsito e a excreção dos sacos foi considerada até 96 horas após a inserção. A estimativa da digestibilidade dos nutrientes dos alimentos volumosos foi calculada através do resíduo obtido no saco. No ensaio in situ utilizou-se um animal fistulado no ceco, com peso vivo de 210 Kg e sacos de 20 x 6,5 cm, com 5,2 g de amostra, incubadas no ceco nos tempos de 0, 2, 4, 6, 8, 12, 24 e 48 horas. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com sete tratamentos e três repetições, com duração de 30 dias e o modelo de degradação citado por Orskov & McDonald para descrever as curvas de degradação dos nutrientes. A digestibilidade dos nutrientes dos alimentos volumosos Amendoim, Desmodium e Macroptyloma foram maiores (P<0,05). Não houve diferença (P>0,05) entre os alimentos em relação ao tempo de trânsito, tempo médio de retenção e taxa de passagem dos sacos, observando-se os valores médios de 23,3 h, 48,6 h e 2,0 h, respectivamente. Os valores da taxa de degradação foram superiores no Amendoim, Desmodium e Macroptiloma. A degradação da fibra do amendoim forrageiro é superior às demais leguminosas tropicais, assim como seu conteúdo protéico. Os alimentos volumosos tropicais amendoim, Stylosanthes guianensis e Macroptyloma axilares apresentaram potencial para o uso em dietas para eqüinos.