Formação acadêmica e profissional: as tessituras do técnico- administrativo em educação na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Abstract

O estudo teve por objetivo analisar o processo de dimensionamento de pessoal dos Técnico- Administrativos em Educação (TAEs), no cargo de Assistente em Administração, considerando a

relação entre a formação acadêmica e o perfil solicitado pelas unidades administrativas e acadêmicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Foi lançado um olhar reflexivo sobre as características desses profissionais, observando em quais aspectos a formação acadêmica contribui no exercício do cargo e, consequentemente, para o desenvolvimento das atividades meio e fim da instituição. Para tanto, caracterizamos a estrutura dos cargos TAEs e sua configuração nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Situamos os marcos históricos da UFRRJ e sua organicidade. Descrevemos a trajetória dos TAEs e apresentamos a concepção do dimensionamento de pessoal e sua articulação com o Plano de Desenvolvimento Institucional. O estudo de natureza qualitativa teve como referenciais metodológicos as pesquisas documental e bibliográfica. Na coleta de dados, utilizamos questionário misto, com questões abertas e fechadas direcionadas aos Assistentes em Administração graduados na educação superior e Gestores

envolvidos nesse processo. Este estudo esteve sujeito ao contexto decorrente da pandemia de Covid- 19, declarada pela Organização Mundial de Saúde. A análise de conteúdo foi o referencial

metodológico para a sistematização dos dados, por meio da criação e aprofundamento de categorias temáticas. Os resultados obtidos e cotejadas com os referenciais apontaram para as dificuldades enfrentadas pelos gestores para atender às demandas da universidade, em meio à precariedade de recursos financeiros e às reformas do Estado, envolvendo a diminuição e a não reposição de vagas de servidores. A gestão do Plano de Carreira dos TAEs, por meio do dimensionamento de pessoal, também tem sido um desafio, frente à escolaridade superestimada do servidor ingressante e a necessidade de maior consciência sobre esse processo. Para parte dos Assistentes em Administração esse esforço tem logrado êxito, com o mínimo de ocorrências de não adequação ao perfil e com a valorização da formação acadêmica. No entanto, apontaram também alguns descontentamentos, tendo em vista, a limitação de cargos disponíveis para o atendimento de seus anseios. Esperamos que esta pesquisa contribua no desenvolvimento de estratégias para aperfeiçoamento de práticas de gestão de pessoas, em meio às transformações do mundo do trabalho e à missão da UFRRJ.