Estratégias para a gestão do estresse ocupacional numa pequena empresa do ramo alimentício na Baixada Fluminense/RJ

Abstract

O processo de industrialização no Brasil, a partir de 1930, trouxe rápidas mudanças no mundo do trabalho, como o aumento da concorrência entre as organizações, necessidade de produtividade constante e exigências de qualidade cada vez maiores por parte dos consumidores. Tais mudanças alteraram a dinâmica laboral nas organizações, fazendo com que as empresas se preocupem cada vez mais com o impacto do trabalho na vida de seus empregados. Considerado como o “Mal do Século XXI”, o estresse tem sido objeto de preocupação em todo o mundo. O estresse ocupacional, que está relacionado ao ambiente de trabalho, impacta a saúde mental e física dos trabalhadores, além de trazer prejuízos à organização e, quando não tratado, é capaz de culminar na Síndrome de Burnout. Tendo em vista a carência de estudos relacionados ao tema aplicado às micro e pequenas empresas brasileiras, o objetivo geral deste trabalho é analisar como as estratégias organizacionais podem ser adotadas para gerir o estresse ocupacional na KGSJ alimentos. Como metodologia, empregou-se uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada. Utilizou-se como método de investigação um estudo de caso em uma pequena empresa do setor alimentício localizada na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Os participantes da pesquisa foram selecionados de forma aleatória e por acessibilidade, englobando os empregados dos mais diferentes setores operacionais da unidade fabril da organização estudada. Os instrumentos de coleta de dados basearam-se em entrevistas semiestruturadas, observação não participante e coleta documental. Para análise dos dados, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo para examinar as verbalizações dos entrevistados. Como resultados observou-se que os principais fatores estressores na organização são decorrentes do tipo de gestão adotado pela empresa, relações interpessoais no ambiente de trabalho, além do desenvolvimento do trabalho em si e ambiente laboral. Impactos foram identificados na saúde física, mental e/ou emocional dos trabalhadores, assim como estratégias de coping positivas e negativas voltadas para a regulação das emoções, destacando-se o autocontrole e o suporte social. Por fim, como produto tecnológico, foi elaborado um relatório técnico conclusivo contendo um plano de ação visando mitigação, prevenção e combate ao estresse ocupacional na organização.