Entre a evasão e a permanência: trajetórias de estudantes na Educação de Jovens e Adultos do Instituto de Educação Santo Antônio em Nova Iguaçu

Abstract

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade educacional de relevância fundamental na reintegração do direito à educação para quem não conseguiu concluir a educação básica. Esta pesquisa propõe uma investigação sobre a diversidade das trajetórias escolares de estudantes em processo de escolarização na EJA no Instituto de Educação Santo Antônio no Município de Nova Iguaçu – IESA, no estado do Rio de Janeiro. O principal objetivo é compreender o perfil e as experiências educacionais desse público específico. No que diz respeito aos objetivos específicos, o estudo busca compreender as percepções, vivências e realidades dos educandos do IESA em seus processos de vida e escolarização. Foram analisadas as experiências dos estudantes, considerando não apenas o ambiente educacional, mas também os diversos contextos que influenciam suas trajetórias. Outro ponto fundamental da pesquisa é a identificação das condições, obstáculos e facilitadores enfrentados pelos estudantes do IESA no equilíbrio entre acesso, evasão e permanência na escola, a fim de obter- se um panorama abrangente dos desafios que os estudantes enfrentam ao buscar a educação na modalidade EJA. A metodologia consistiu numa entrevista com 10 indivíduos, os quais frequentam a EJA no IESA. Por fim, concluiu-se que, com uma maioria expressiva de mulheres, representando 80% dos 10 entrevistados, principalmente acima dos 60 anos, o abandono escolar foi predominantemente motivado pela necessidade de trabalhar, evidenciando a pressão econômica como fator decisivo. Outros motivos incluíram desinteresse em estudar, dificuldades de aprendizado e questões sociais, como gravidez precoce. Alguns alunos optaram por retornar aos estudos em idades avançadas, buscando conhecimento, com incentivo de familiares e cônjuge, e visando independência e melhores oportunidades de emprego. A pesquisa, revelou, ainda, que o abandono escolar transcende uma questão pedagógica, sendo influenciado por fatores econômicos, sociais e individuais, sugerindo a necessidade de aprimoramentos nas políticas públicas e práticas educacionais para superar as diversas barreiras enfrentadas pelos estudantes da EJA.