O sindicalismo agrário do partido comunista brasileiro – um estudo sobre mediação e cultura política

Abstract

A presente pesquisa enfoca os temas da cultura política e da mediação a partir do estudo da práxis agrarista do Partido Comunista Brasileiro (PCB), admitindo como fio condutor a trajetória das orientações pecebistas dirigidas à mobilização dos trabalhadores rurais em sindicatos. O objetivo é analisar as nuances tomadas pela linha política do PCB em diferentes contextos sócio-políticos, transitando entre períodos em que esteve na legalidade e os períodos que sofreu intensa repressão e proscrição – entre meados da década de 1940 e a década seguinte. Pretende-se, dessa forma, dimensionar a ação do PCB junto aos trabalhadores rurais, compreendendo que nesse percurso estão presentes contradições, ambiguidades e conflitos. A perspectiva adotada, com referencial teórico em estudos marxistas sobre o partido, é compreender as concepções dominantes no interior do PCB acerca da importância do associativismo rural, e dessa forma, esclarecer os descompassos entre a orientação marxista-leninista gravitante no partido e as especificidades históricas da sociedade brasileira que implicaram em percalços à mediação política pecebista. Contudo, supomos que, apesar de ter enfrentado problemas de diversas ordens à sua atuação política no campo, os comunistas contribuíram para que se conformasse um padrão de atuação organizativa, como elemento de uma cultura política, que contribuiu para que os trabalhadores rurais ampliassem sua inserção no jogo político democrático.