Avaliação da usinagem e das propriedades físicas da madeira de Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud cultivada em plantios homogêneos

Abstract

O emprego de espécies nativas para atividades de usinagem é, sem dúvidas, algo desejável para o mercado moveleiro e da construção civil, devido a qualidade superior que muitas das espécies nativas já comprovaram até hoje se comparadas com as exóticas plantadas. Em um plantio homogêneo da espécie nativa Cordia trichotoma localizado na Reserva Natural Vale, no Estado do Espírito Santo, foram coletadas 3 árvores, afim de avaliá-las em testes de usinagem, propriedades físicas e rugosidade superficial, e compará-la com dados de Pinus conseguidos através da literatura, pois esta última é uma espécie que aceita bem os trabalhos de usinagem. Foram partes constituintes do processo de usinagem o aplainamento, o lixamento, a pregação, o rasgo lateral e o fendilhamento por pregos, onde a Cordia trichotoma foi bem na maioria dos testes e ainda teve um conceito melhor que o do Pinus na última operação. Já nas avaliações de suas propriedades físicas, a madeira de C. trichotoma obteve um valor médio para densidade e baixo para o Coeficiente de anisotropia, o que configura uma estabilidade dimensional melhor para a espécie. Por último, não houve diferença estatística entre as árvores e o Pinus para a avaliação da rugosidade e essa diferença foi nula também quando avaliada dentro da espécie, tendo em ambos os casos resultados significativamente positivos para a superfície da espécie, que apresentou bons números em sua rugosidade. Com isso, pode-se concluir que a madeira de Cordia trichotoma é de boa trabalhabilidade, possui uma boa rugosidade em sua superfície, é dimensionalmente estável, não sendo descartada a possibilidade de seu uso na indústria madeireira.