Chuva de sementes em diferentes modelos de restauração ecológica na Mata Atlântica

Abstract

A chuva de sementes é um dos principais fatores que explicam o recrutamento de plantas nas florestas tropicais. Portanto, quantificar a chegada de sementes na comunidade é fundamental para compreender o processo de regeneração natural. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou compreender o efeito da composição de espécies arbóreas na chuva de sementes em quatro diferentes modelos de restauração ecológica. Para isso, foram instalados 16 coletores circulares de 0.25m² distribuídos em 16 parcelas de 20 x 20m em uma área experimental implantada no ano de 2000 na Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro. O estudo abrangeu o período compreendido entre julho de 2019 a junho de 2020 e foram contabilizados 4.415 diásporos, divididos em 40 morfo-espécies. No tratamento 1 (pioneiras) foram amostrados 1.036 diásporos e 21 morfo-espécies. O tratamento 2 (secundárias) resultou em 1.037 diásporos e 16 morfo-espécies. O tratamento 4 (clímax) obteve 919 diásporos e 15 morfoespécies. E o tratamento 6 (todos os grupos sucessionais) produziu 1.423 diásporos e 23 morfoespécies. O maior número de sementes foi produzido pelas espécies Alchornea glandulosa, Eugenia florida e Moquiniastrum polymorphum. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os diferentes modelos de plantio, o que indica que a composição de espécies não influenciou na abundância e na riqueza da chuva de sementes na escala espacial estudada.