Transferência da tecnologia e da inovação no ensino profissional em agropecuária: estudos no Brasil e Argentina

Abstract

Esta pesquisa nos conduz à uma apreciação e reflexão sobre a formação dos técnicos agrícolas frente às inovações tecnológicas no setor agropecuário no Brasil e Argentina, levando-se em conta: à modernização da agricultura nos últimos anos, as recentes mudanças ocorridas no ensino médio profissional, assim como a atribuição do corpo diretivo discutindo essas mudanças, a importância da constante atualização docente que são os responsáveis pelos futuros profissionais e suas formações como cidadãos. Portanto, o objetivo geral dessa pesquisa é o de identificar e analisar as principais causas e dificuldades encontradas pelos professores do ensino profissional em agropecuária quanto ao conhecimento e apropriação das transferências e difusão das tecnologias inovadoras para o desenvolvimento do setor agropecuário no Brasil e na Argentina. A pesquisa de campo ocorreu em duas instituições de ensino profissional em Agropecuária: sendo uma localizada no Brasil e outra na Argentina. Ambas averiguadas dentro das competências e habilidades propostas nos referenciais curriculares nacionais de educação profissional de nível técnico. O conhecimento foi obtido por intermédio de pesquisas visando às opiniões dos professores sobre o conhecimento das inovações tecnológicas e suas capacidades laborativas sobre o tema. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se de entrevista semi-estruturada, análise de documentos oficiais, análise da tabela Likert e a observação participante. Concluiu-se que o conceito de tecnologia e inovação não é suficientemente difundido entre os professores de uma forma geral, mas as práticas que os levam são. Constatou-se também, que na escola argentina, a carência de recursos financeiros, investimentos em infra-estrutura e a atualização profissional são as maiores dificuldades para o desenvolvimento de projetos de transferência e difusão da tecnologia e inovação. Em contrapartida, os professores são motivados por seus dirigentes, e mesmo com recursos escassos, levam adiante os projetos colhendo bons resultados. Já a escola brasileira dispõe de melhores recursos e de melhores infra-estruturas. Por outro lado, com raríssimas exceções, são desmotivados e descomprometidos na missão de envolver-se em projetos, o que é uma perda inestimável para a formação técnica dos alunos, já que os mesmos não estão recebendo uma formação adequada para os atuais desafios do mercado de trabalho. Foi observado também, que na Argentina, o projeto político pedagógico é bem formulado, estruturado, seguido e cobrado por seus dirigentes, enquanto que, na escola brasileira o mesmo encontra-se obsoleto, contendo poucas informações e os professores são poupados de cobranças por nossos dirigentes