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Tipo do documento: Tese
Título: Zeca Pagodinho: a voz da periferia. Rompendo fronteiras ideológicas — circularidade cultural entre o final do séc. XX e início do XXI
Otros títulos: Zeca Pagodinho: the voice of the periphery. Breaking ideological borders — cultural circularity in the late twentieth-century and in the early twenty-first century
Autor: Martins, Fabiane Silva
Orientador(a): Fortes, Alexandre
Primeiro membro da banca: Reist, Stephanie Virginia
Segundo membro da banca: Lourenço, Thiago Campos Pessoa
Terceiro membro da banca: Nascimento, Álvaro Pereira do
Quarto membro da banca: Barros, José Costa D'Assunção
Quinto membro da banca: Fortes, Alexandre
Palabras clave: Zeca Pagodinho;Partido-alto;Periferia;Subúrbio;Malandro;Zeca Pagodinho;Partido-alto (samba);Periphery;Suburbs;Malandro (rascal)
Área(s) do CNPq: História
Idioma: por
Fecha de publicación: 29-abr-2022
Editorial: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Programa: Programa de Pós-Graduação em História
Citación: MARTINS, Fabiane Silva. Zeca Pagodinho: a voz da periferia. Rompendo fronteiras ideológicas — circularidade cultural entre o final do séc. XX e início do XXI. 2022. 244 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2022.
Resumen: As discussões contidas nesta tese estão ligadas a um grande eixo temático, a luta de representações e o conflito periferia x centro contido nele. São perceptíveis, na construção topográfica dos espaços urbanos, os conflitos sociais, as idiossincrasias da cidade. Neste sentido a periferia abandonada pelo Estado e discriminada pelas bases hegemônicas da sociedade, constrói suas próprias representações e redes de sociabilidade. Inclusive, construindo para si, sua própria imagem, identidade, seus signos e desenvolvendo sua autoestima. Neste cenário a figura de Zeca Pagodinho sintetiza esta construção. Através de uma análise construída a partir da Nova História Cultural é possível perceber a construção de redes de sociabilidade criadas por habitantes da periferia no final do século XX e início do século XXI. Estas redes de sociabilidade configuraram-se em movimentos culturais e artísticos que originaram um novo gênero de samba, mais popularizado, denominado pagode, e por consequência, criam um novo nicho no mercado cultural. A partir de uma abordagem inserida na micro-história, será estabelecido como foco de análise a carreira de Zeca Pagodinho, que conseguiu atravessar as fronteiras estabelecidas entre a periferia e o centro, estabelecendo-se, como ícone da primeira e difundindo entre a segunda um gênero musical antes marginalizado. Zeca se popularizaria com o apoio da mídia e acaba levando o pagode da periferia para o centro ideológico da metrópole carioca. Ao fazer este movimento em direção ao centro, o artista não se desvincula de seu ethos, pelo contrário, faz com que a periferia com suas peculiaridades, passe a ser consumida pelo centro. O partido-alto representa o discurso subalterno e busca uma identidade comunitária, afrodescendente e imersa na ancestralidade da tradição oral e na religiosidade de matriz africana, não sendo somente música e festa, ele representa a corporificação do signo, a junção da tradição de gênese africana à essência da urbe carioca. Neste contexto a figura do malandro, um ente anteriormente deslocado das regras formais, torna-se uma figura socialmente aceita vinculando-se a aspectos de vivacidade, esperteza, simpatia, carisma, ginga, etc., tornando-se a corporificação da imagem do carioca e demonstrando a capacidade de adaptação do subalterno. Zeca torna-se este malandro socialmente aceito, sintetizando a essência do carioca suburbano. Zeca se torna a voz da periferia tanto materialmente, enquanto provedor de oportunidades de divulgação do pagode de partido-alto de anônimos na escolha de seu repertório, quanto imaterialmente por sintetizar a malandragem ao estilo Zé Carioca. Este artista, com sua trajetória, seus trejeitos e com as próprias letras de seus sambas cria relações de pertencimento e extraí de seu fazer artístico a essência do que lhe é semelhante, tornando-se reflexo do seu local de origem.
Abstract: The discussions in this thesis concern a central theme: the struggle between representations and the conflict between the periphery and the center it entails. In the topographic construction of the urban spaces, the social conflicts and the idiosyncrasies of the city are apparent. In this sense, the periphery, which is neglected by the state and discriminated against by the hegemonic foundations of the society, builds its own representations and networks of sociability. In fact, it builds for itself its own image, identity, and signs and develops its self-esteem. In this context, the figure of Zeca Pagodinho synthesizes this construction. By means of an analysis based on the New Cultural History, it is possible to notice the construction of networks of sociability created by residents of the periphery in the late twentieth-century and in the early twenty-first century. These networks of sociability were shaped in cultural and artistic movements that gave rise to a new and more popularized genre of samba, known as pagode. Consequently, they also created a new niche in the cultural market. Building on an approach inserted in the microhistory, the focus of the analysis will be the career of Zeca Pagodinho, who was able to cross the boundaries established between the periphery and the center, becoming an icon for the former and spreading a music genre that used to be marginalized in the latter. Zeca becomes popular with the support of the media and manages to bring the pagode from the periphery to the ideological center of the metropolis of Rio de Janeiro. By making this move toward the center, the artist does not detach himself from this ethos. Rather, he enables the periphery, with its peculiarities, to be consumed by the center. The genre partido-alto represents the subaltern discourse and seeks a communal identity, which is Afrodescendant and immersed in the ancestry of the oral tradition and in the religiosity of the African matrix; it is not merely music and party; it represents the embodiment of the sign and the merging of the tradition of the African genesis and the essence of the city of Rio de Janeiro. In this context, the figure of the malandro (rascal), who was previously not expected to follow any formal rules, becomes a figure that is socially accepted by being associated with features such as vivacity, wit, warmth, charisma, sway and others, becoming the embodiment of the image of the carioca and demonstrating the capacity of adaptation of the subaltern. Zeca becomes a malandro that is socially accepted, synthesizing the essence of the suburban carioca. Zeca becomes the voice of the periphery, both materially—as the provider of opportunities to promote the partido-alto of unknown artists in the choice of his repertoire—, and nonmaterially—for he synthesizes the rascality typical of Joe Carioca. This artist, with his trajectory, his mannerisms and his own lyrics for his sambas, creates a sense of belonging and extracts from his artistic making the essence of what is analogous to him, becoming a reflex of his place of origin.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10099
Aparece en las colecciones:Doutorado em História

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