Indicadores de qualidade ambiental em áreas de entorno de fragmentos florestais na Bacia do Rio Guapi-Macacu

Abstract

A fragmentação da mata atlântica ainda é assunto pouco abordado quando comparado a importância deste bioma. A Mata Atlântica é considerada uma área de conservação prioritária, um “hot spot”, e estudos que envolvem a interação entre os fatores ali presentes tornam-se cada vez mais importantes. A serrapilheira é um importante constituinte do ecossistema florestal. São vários os fatores que podem influenciar a deposição deste material, sendo os fatores relacionados ao efeito de borda e suas conseqüências sobre estrutura florística os mais relevantes. Mudanças na composição ambiental que levam a perda de biodiversidade, podem provocar alterações significativas na composição da microbiota do solo. A intensificação das atividades agrícolas trouxe como resultado a redução dos remanescentes florestais, fragmentação e o isolamento de paisagens. O objetivo deste trabalho é verificar de que forma as áreas com uso intensivo do solo (UIS) diferem das áreas com uso extensivo do solo (UES) no tocante a manutenção dos fragmentos florestais. Os fragmentos submetidos a uso mais intensivo do seu entorno apresentaram uma maior deposição de serrapilheira, sendo a fração galhos e estrutura reprodutiva aquelas que apresentaram um comportamento mais característico do efeito do uso do solo do entorno e que representam as espécies de estádios sucessionais iniciais que predominam nesses fragmento nestas áreas, nesse local também foi verificado que o estresse hídrico, associado aos efeitos causados pelo uso do entorno do solo, estimularam a maior densidade de esporos de fungos micorrízicos arbusculares. Este tipo de abordagem aponta para uma interessante perspectiva de avaliação de práticas produtivas quanto a seu potencial de colaboração com a conservação da biodiversidade.