Entre o panda e o dragão: um mapeamento do capital chinês na América Latina e Caribe no século XXI

Abstract

Esta pesquisa propõe oferecer um mapeamento dos investimentos e dos empréstimos chineses para a América Latina e o Caribe no século XXI, com um foco específico que apresenta o volume, os setores e as empresas que emergem através desse processo. A internacionalização da produção das forças sociais chinesas para a região começa nos anos 1990, e, se acentua a partir de 2005, com a institucionalização de diretrizes chinesas para a região em 2008. Neste trabalho, se questiona: qual é o lugar ocupado estruturalmente pela China na América Latina e no Caribe? Para a análise, utilizou-se bancos de dados de organizações e centros de pesquisas sobre os investimentos e dos empréstimos chineses direcionados ao continente latino-americano e caribenho. O pano de fundo que permeia este trabalho tratou de questionar se a presença chinesa na região seria capaz de se contrapor à presença das potências tradicionais presentes na região. Com base na Teoria Crítica, desenvolve-se estes aspectos em três partes. A primeira parte consiste em recorrer ao aparato teórico da Economia Política Internacional, com o objetivo de aprofundar o conhecimento em tópicos como o materialismo dialético, o Estado e a internacionalização da produção. Na segunda parte, se resgatou o debate sobre a reintegração chinesa no cenário internacional, a formação do Estado chinês e o marco político das relações institucionais da China com a região latino-americana e caribenha, com destaque para as políticas públicas e os programas estratégicos do Estado chinês que fomentam a exportação de capital para a região. O objetivo foi identificar a rede e os atores inseridos nas mais diferentes dimensões nesse processo. A terceira parte trata especificamente dos investimentos e empréstimos chineses com base em uma análise crítica sobre a inserção do capital chinês na América Latina e Caribe e seus impactos no século XXI. Conclui-se que a partir do estabelecimento de mecanismos próprios para ampliação da hegemonia do país asiático na região, o lugar ocupado pela internacionalização da produção chinesa no desenvolvimento de projetos na região na articulação entre o Estado-sociedade civil é setorialmente diversificado