Freqüência e fatores de risco da obesidade em uma população de gatos domésticos na rotina cirúrgica na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Abstract

A obesidade é uma condição de balanço energético positivo e excessiva formação de tecido adiposo com efeitos diretos na morbidade e mortalidade. O presente estudo compreendeu um levantamento da freqüência de gatos obesos no período de junho a novembro de 2010. O objetivo deste trabalho foi avaliar freqüência de gatos com sobrepeso e obesos, identificar os fatores de risco para esta amostra e a percepção do proprietário sobre a condição corporal do seu gato. Este é o primeiro estudo no país relacionado à epidemiologia da condição da obesidade somente na espécie felina. Para isto, foram selecionados 106 animais da espécie felina (Felis catus), machos e fêmeas inteiros ou esterilizados, com ou sem raça definida, escolhidos aleatoriamente dentre os gatos encaminhados para intervenções cirúrgicas. Estes animais foram atendidos em uma clínica privada exclusiva no atendimento de gatos localizada no bairro de Botafogo e eram provenientes de treze bairros e cinco municípios distintos do estado do Rio de Janeiro. Os gatos foram avaliados por meio de um questionário respondido por seus donos a cerca da rotina do gato e informações demográficas sobre o proprietário, além da avaliação subjetiva e objetiva para a obesidade. Neste estudo a análise subjetiva foi feita por meio do escore de cinco pontos e a objetiva pelo cálculo do índice de massa corporal do felino (IMCF). Doenças relacionadas à obesidade foram também observadas e descritas. Foram apreciados 50,9% (54) machos e 49,1% (52) fêmeas com média de idade de 5,4 (±4,39) anos. Quanto ao estado reprodutivo foram encontrados 72,6% (77) animais castrados e 27,4% (29) inteiros. Os gatos domiciliados estavam em maioria com 93,3% (98) e apenas 6,7% (7) eram peridomiciliados. O acesso ao alimento livre ao alimento mostrou-se superior com 83,8% (88) contra 16,2% (17) de animais com acesso controlado a dieta. A média de peso da nossa amostra foi 4,80 (±1,98). Conclui-se que a freqüência de excesso de peso na população de gatos da rotina cirúrgica foi de 60,4%, sendo 23,6% identificados com sobrepeso e 36,8% obeso através da avaliação do escore corporal. A obesidade foi evidenciada em metade desta população estudada pelo método do índice de massa corporal do felino. Os fatores de risco para obesidade foram gatos de meia idade, castrados, especialmente machos domiciliados com acesso livre ao alimento. A subestimação do escore por seus proprietários também foi um fator predisponente para obesidade felina. Em adicional, a associação do método subjetivo (ECC) com o objetivo (IMCF) são formas determinantes e concisas para uma adequada avaliação da obesidade.