Corpos antigos, novos contextos: o idoso em tempos de cibercultura

Abstract

O envelhecimento populacional já é considerado uma realidade mundial. A perspectiva da Organização Mundial de Saúde (2015) é de que, apenas no Brasil, o número de idosos triplique até 2050. No caso de países em desenvolvimento, o aumento da quantidade populacional de idosos pode ser maior e mais veloz, do que em países desenvolvidos. Partindo da ideia de que vivemos em um tempo em que a constância e fixidez já não parecem atraentes, e considerando que a cibercultura acarreta constantes e significativas mudanças sociais, pesquisamos o lugar do novo idoso em um contexto de alterações velozes e com forte influência digital. Sendo assim, o p resente estudo pretende identificar transformações socioculturais ocorridas no cotidiano da população idosa sob a luz da análise psicossocial. Para atingir este objetivo, estudamos a percepção de 20 idosos a partir dos 60 anos, residentes no município de M esquita e frequentadores da ciclovia municipal, acerca da tecnologia e suas influências em suas rotinas. Abordamos questões de vida diária através de entrevistas semiestruturadas a fim de compreender o quão significativas são as alterações provocadas pela tecnologia, para tanto se fez necessário que os entrevistados fossem socialmente ativos. Investigamos tais alterações a partir das percepções dos próprios idosos acerca dos eventos que os envolvem. A partir de teorias sobre a modernidade líquida, a cibercu ltura e envelhecimento, pesquisamos a relação dos idosos com esse cenário cambiante. A metodologia aplicada no levantamento e análise dos dados, insere se na Psicologia Social e permeará aspectos qualitativos. Os resultados revelaram que os idosos percebem de maneira heterogênea os avanços tecnológicos, mas acreditam que uma nova velhice surgiu a partir deles. As alterações nas novas formas de sociabilidade foram as que mais causaram incômodo e preocupação.