Comparação do benzoato e do cipionato de estradiol na indução da ovulação e na taxa de concepção de vacas Girolando submetidas à Inseminação Artificial em Tempo Fixo

Abstract

Os diversos estudos sobre manipulação do ciclo estral culminaram com o desenvolvimento de protocolos de sincronização do estro e da ovulação, a ponto de se definir um momento ótimo para a inseminação artificial. A indução da ovulação é parte primordial para a determinação do momento da IATF, dessa forma estudar quais hormônios e como eles se comportam permite compreender melhor esse processo fisiológico e ainda, manipulá-lo de forma eficiente. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi comparar o uso do benzoato e do cipionato de estradiol em um programa de IATF em vacas Girolando. Para tanto, foram utilizadas 108 vacas Girolando, lactantes, apresentando escore corporal médio de 3.12 ± 0.53 (escala de 1 a 5), dias pós-parto médio de 154.92 ± 120.49 e idade média de 7.21 ± 2.2 anos. Em dia aleatório do ciclo estral, os animais receberam dispositivo intravaginal contendo 1g de progestágeno (DIB®, Coopers, São Paulo Brasil) e aplicação intramuscular (im) de 2mg de BE, sendo este dia considerado D0. No D8, o dispositivo foi removido sendo aplicados (im) 500μg de cloprostenol (CIOSIN®, Intervet Schering Plough Animal Health, São Paulo, Brasil) em todas as fêmeas. Neste momento os animais foram divididos aleatoriamente em dois tratamentos: Grupo BE (n=52) e Grupo CE (n=56). Os animais do Grupo CE receberam como indutor da ovulação, 1mg de CE (im) (ECP®, Pfizer, São Paulo, Brasil) no momento da remoção do dispositivo, enquanto as vacas do Grupo BE receberam 1mg de BE (im) (ESTROGIN®, Agroline, São Paulo, Brasil) 24 horas depois (D9). A IATF ocorreu no D10, sendo o GC inseminado na parte da manhã (48 horas após a remoção do dispositivo intravaginal) e o GB sendo inseminado na parte da tarde (60 horas após a remoção do dispositivo intravaginal). Após a remoção do dispositivo, avaliações ultrassonográficas foram realizadas a cada 12 horas até o momento da ovulação. Foram avaliados os seguintes parâmetros reprodutivos: intervalo entre a retirada do dispositivo intravaginal de P4 e a ovulação- IRD (horas); intervalo entre a ovulação e a IATF- IOI (horas); diâmetro máximo do folículo dominante- FD (mm) no D10; taxa de crescimento do FD-TCFD (mm/dia); taxa de sincronização- TS (%); taxa de ovulação- TO (%), e taxa de concepção (TC). Para análise estatística foi utilizado o teste Qui-quadrado para TS, TO e TC, adotando nível de significância de 5%, para os outros parâmetros foi utilizado analise de variância (ANOVA). Os resultados para os grupos BE e CE foram, respectivamente: IRD: 67.91 ± 8,68 horas x 63.9 ± 10.49 horas; IOI: 8.68 ± 6.94 horas x 16.05 ± 10.20 horas; FD: 14.06 ± 2.26 mm x 13.11 ± 3.02mm; TCFD: 1.26 ± 1.33 mm/dia x 1.11 ± 1.27 mm/dia; TS: 98.07% x 96.42%; TO: 90.38 % x 71.42% e TC: 48.07% x 46.42%. Conclui-se que o BE é mais eficiente para induzir a ovulação em vacas Girolando quando comparado com o CE, e ainda, ambos podem ser utilizados com eficiência em programas de IATF para vacas Girolando em relação às taxas de sincronização e de concepção