De leitores a autores: a escrita de diários íntimos como ferramenta metodológica na aula de história

Abstract

O presente trabalho tem como proposta investigar as possibilidades e os limites do uso de diários íntimos na aula de História. Para a realização desta pesquisa, foi elaborada e aplicada uma sequência didática com uma turma de terceiro ano do Ensino Médio em uma escola pública do estado do Rio de Janeiro. Partindo de uma atividade de leitura de diários íntimos de jovens que viveram durante a Segunda Guerra Mundial e convidando, posteriormente, os estudantes à escrita diarística, a sequência didática objetivou trazer para a sala de aula da educação básica um debate acerca das narrativas canônicas, da multiplicidade de experiências da História, além de conscientizar os estudantes de seus papéis como produtores da História em seu tempo, assumindo assim um sentido de sensibilização e intervenção. As reflexões aqui presentes são resultado de uma articulação teórica entre escrita de si, diário íntimo e ensino de História, a partir da experiência didática desenvolvida com os estudantes. A pesquisa evidenciou a importância da prática da leitura, da escrita e do trabalho com as subjetividades no ensino de História, considerando sua dimensão ética e estética.