Fact-checking education: Identificação, produção e combate de narrativas falsas nas redes

Abstract

Esse trabalho buscou compreender o contexto da emergência das fake news e suas repercussões na sociedade e inclusive na educação para desenvolver metodologias de ciberpesquisa-formação em tempos de pós-verdade (SANTAELLA, 2018). Apresentamos aqui uma discussão acerca da temática das fake news a partir de um repertório teórico-metodológico situado na multirreferencialidade (MACEDO, 2010; ARDOINO, 1998; SANTOS, 2005; 2015, 2019), nas pesquisas com os cotidianos (CERTEAU, 2008; ALVES, 2009, 2019) tendo como método e opção política uma prática de pesquisa que promove uma imersão e ação de co-autoria no campo, formando e se formando no intercâmbio com os praticantes culturais (SANTOS, 2005, 2015, 2019). Apresentamos o dispositivo de pesquisa Reglus (inspirado em Paulo Reglus Neves Freire) como uma proposta de prática pedagógica na cibercultura, como ato de currículo na formação de professores, tendo como principal objetivo compreender o contexto da emergência das fake news e suas repercussões na sociedade, inclusive na educação para desenvolver metodologias de ensino e pesquisa que possam, para além de perceber o fenômeno, desenvolver proposições para fins educativos. O campo da pesquisa foi o cotidiano da disciplina de “Informática na Educação” do curso de Licenciatura em Pedagogia a distância pela UERJ/CEDERJ/UAB vivido em perspectiva de investigar como essa guerra de narrativas vem modificando as formas de atuação e formação docente através dos estudos dos fenômenos que emergem do cotidiano e suas apropriações pelos praticantes culturais. Da partilha entre saberes, vivencias e na proposição de novos letramentos, na criação de narrativas e imagens, do ato de confirmar e comprovar fatos e dados usados em discursos nos meios de comunicação massivos e outras publicações compartilhadas em rede deixaram três noções que consideramos achados da pesquisa: a importância do ato de ler; ciberativismo como práxis da liberdade e inteligência coletiva: um reencontro com a inteligência artificial, bem como a proposição de um diálogo entre a formação docente e as novas formas de socialização e aprendizagem contemporâneas.