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Tipo do documento: Dissertação
Título: Lugaridades topofóbicas na trajetória de Macabéa
Título(s) alternativo(s): Topophobic places on Macabéa's trajectory
Autor(es): Freitas, Rafael Alves de
Orientador(a): Cardoso, Cristiane
Primeiro membro da banca: Cardoso, Cristiane
Segundo membro da banca: Queiroz, Edileuza Dias de
Terceiro membro da banca: Silva, Adriana Carvalho
Quarto membro da banca: Cavalcante, Tiago Vieira
Palavras-chave: A Hora da Estrela;Geografia Humanista;Geografia Literária;Geograficidade;Lugar;The Hour of the Star;Humanist Geography;Literary Geography;Géographicité;Place
Área(s) do CNPq: Geografia
Idioma: por
Data do documento: 16-Dez-2022
Editor: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Programa: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Citação: FREITAS, Rafael Alves de. Lugaridades topofóbicas na trajetória de Macabéa. 2022. 111 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Multidisciplinar, Nova Iguaçu, 2022.
Resumo: A pesquisa aqui desenvolvida nasce do diálogo da Geografia Humanista com o romance “A Hora da Estrela”, da escritora Clarice Lispector. Romance que apresenta a protagonista Macabéa, uma jovem nordestina de 19 anos, que sai do sertão alagoano em busca de uma nova vida na cidade do Rio de Janeiro. Contudo, a história dessa personagem, conforme defendemos nesta pesquisa, é marcada por um forte sentimento topofóbico (RELPH, 1979), uma vez que ela não se sente pertencente a nenhum lugar, uma verdadeira vida de miséria anônima. O romance denuncia a invisibilidade/alienação social de Macabéa, o que perpassa pelas questões de migração, habitação, trabalho, cultura e das relações humanas permeadas de conflitos, e são por essas questões que a topofobia vai sendo construída na trajetória da personagem. Assim, dizemos que Macabéa faz geografia encarnada pelo próprio movimento que realiza pelos lugares, em meio aos seus medos e conflitos existenciais, indo em direção ao que Dardel (2011) coloca como geograficidade. Nessa perspectiva, como consta do título – Lugaridades topofóbicas na trajetória de Macabéa – trata-se de uma pesquisa humanista/fenomenológica, afinal, a existência humana é a condição basilar para a geografia, visto que não existe lugar sem pessoas e pessoas são movidas por emoções, pela subjetividade de seus corpos e pela conformação de seus lugares, conforme Yi-Fu Tuan (1980; 1983; 1985) discute por meio de suas obras. Dessa forma, o objetivo central desta pesquisa é analisar as percepções do lugar a partir das experiências geográficas vividas pela personagem, demarcando a trajetória topofóbica de Macabéa no contexto em que ela se situa, tanto espacial quanto temporalmente no romance. Para tanto, a metodologia segue os preceitos da Geografia Humanista de cunho fenomenológico, assim como por meio da Análise Textual Discursiva - ATD (MORAES; GALIAZZI, 2016), para o processo de quebra e desconstrução do romance, em fragmentos, para a reconstrução de um outro texto, aqui pelo olhar da Geografia. E para esse processo metodológico, dividimos o romance em três partes, sendo – a primeira, momento em que Macabéa se encontra no sertão alagoano; segunda – momento em que Macabéa migra para a cidade do Rio de Janeiro e, a terceira parte – momento em que a nordestina procura a cartomante em seu desfecho. E assim, de posse da referida metodologia, o intuito é inferir do romance a intersubjetividade necessária para o entendimento das experiências geográficas vividas por Macabéa. Logo, esta pesquisa oferece como resultado, a partir da leitura do romance, o lugar topofóbico que foi sendo percebido, vivido e construído pela personagem, o que mostra um exemplo de uma obra literária, que embora não tenha compromisso com o real, pode nos auxiliar pela sua verossimilhança, visto que a literatura é uma forma do (a) autor (a) descrever o mundo. E aqui, pela Geografia, nos ajuda na investigação das lugaridades em que Macabéa transita, sendo marcadas pelo medo - de si, do desconhecido e do Rio de Janeiro. É um romance atemporal quanto às questões sociais, no tocante à migração de nordestinos, oportunidades de trabalho e exclusão social, o que justifica esta pesquisa aqui proposta, nos trilhos de uma Geografia Literária. Geografia essa que é um convite a todos que gostam de ler e que fazem da leitura uma prática investigativa para pensar e refletir sobre a realidade geográfica.
Abstract: The research developed here stems from the dialogue between Humanist Geography and the novel “The Hour of The Star”, by writer Clarice Lispector. A novel that features Macabéa as the protagonist, she is a 19-year-old Northeastern woman who leaves the Alagoas backlands pursuing a new life in the city of Rio de Janeiro. However, the history of this character, as we defend in this research, is marked by a strong topophobic feeling (RELPH, 1979), because she feels like not belonging to anywhere, a true life of anonymous misery. The novel denounces Macabéa's invisibility/social alienation, which goes through the issues of migration, housing, work, culture and human relations permeated by conflicts, and due to these issues topophobia is built in the character's trajectory. Thus, we say that Macabéa makes geography incarnated by her own movements throughout places, in the midst of her fears and existential conflicts, moving towards what Dardel (2011) calls as "geographicity" (géographicité). From this perspective, as stated in the title – Topophobic places on Macabéa's trajectory – it is a humanistic/phenomenological research, after all, human existence is the basic condition for geography, since there is no place without people and people are moved by emotions, by the subjectivity of their bodies and by the conformation of their places, as Yi-Fu Tuan (1980; 1983; 1985) discusses through his works. Thus, the main objective of this research is to analyze the perceptions of the place from the geographical experiences lived by the character, demarcating the topophobic trajectory of Macabéa in the context in which she is situated, both spatially and temporally in the novel. Therefore, the methodology follows the phenomenological precepts of Humanist Geography, as well as through "Discursive Textual Analysis" [Análise Textual Discursiva - ATD (MORAES; GALIAZZI, 2016)], for the process of breaking and deconstructing the novel, in fragments, for the reconstruction of another text, here through the gaze of Geography. And for this methodological process, we divided the novel into three parts, being – the first moment in which Macabéa finds herself in the Alagoas backlands; second moment – when Macabéa migrates to the city of Rio de Janeiro and, the third moment / novel outcome – when the northeastern woman goes visit a fortune teller. In possession of the aforementioned methodology, the aim is to infer from the novel the necessary intersubjectivity for understanding all geographical experiences lived by Macabéa. Upon reading the novel, this research offers as a result, the topophobic place that was perceived, lived, and built by the character, which shows an example of a literary work, which although not committed to reality, it can help us due to its verisimilitude, since literature is a way for the author to describe the world. Through Geography, it helps us with the investigation of the places in which Macabéa transits, being marked by fear - of herself, of the unknown and of Rio de Janeiro. It is a timeless novel in terms of social issues, regarding the migration of northeasterners, work opportunities and social exclusion, which justifies the research proposed here, on the tracks of a Literary Geography. This geography is an invitation to everyone who appreciates reading and who turns that into an investigative practice to think and reflect on the geographic reality.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/17665
Aparece nas coleções:Mestrado em Geografia

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