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Tipo do documento: Tese
Título: O fazer do Estado e formas de exercício de poder: práticas administrativas na produção de um território titulado
Título(s) alternativo(s): The making of the State and forms of power: administrative pratices in the making a title quilombo territory
Autor(es): Moreira, Camila Midori
Orientador(a): Ferreira, Andrey Cordeiro
Primeiro membro da banca: Carvalho, Maria Celina Pereira de
Segundo membro da banca: Ferreira, Andrey Cordeiro
Terceiro membro da banca: Daniel, Camila
Quarto membro da banca: Andriolli, Carmen Silvia
Quinto membro da banca: O'Dwyer, Eliane Cantarino
Palavras-chave: Quilombos;Políticas públicas;Território;Maroons communities;Public Policies;Territorry
Área(s) do CNPq: Sociologia
Idioma: por
Data do documento: 30-Jun-2024
Editor: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Citação: MOREIRA, Camila Midori. O fazer do Estado e formas de exercício de poder: práticas administrativas na produção de um território titulado. 2023. 198 f . Tese (Doutorado em Ciências Sociais em desenvolvimento, agricultura e sociedade) – Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2023.
Resumo: Nesta tese analisamos as práticas de Estado e formas de exercício de poder expressas no procedimento administrativo de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras de comunidades remanescentes de quilombos criado pelo Decreto Presidencial n.o 4.887, de 20 de novembro de 2003, e executado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Argumentamos que tal procedimento, que tem por finalidade a titulação das terras quilombolas, se desenvolve por um complexo mecanismo burocrático composto de atos administrativos e decisões de autoridades que operam para a constituição da legalidade e legitimidade na criação de um território quilombola titulado pelo Estado. Para analisarmos as dinâmicas de poder expressas nesta relação entre Estado e quilombo, primeiro apreendemos, por meio da análise da bibliografia especializada, as interpretações intelectuais e legais envolvidas no contexto da criação e aplicação do direito à titulação das terras quilombolas. Na sequência, dedicamo-nos à análise das normas do INCRA que prescrevem o passo a passo da titulação do território quilombola e que delimitam formalmente o poder da ação executiva do Estado. Os efeitos dessas normas foram analisados por meio da sistematização de dados do INCRA sobre os resultados da titulação de quilombos. Por fim, as práticas de Estado são analisadas por meio da etnografia de documentos do processo administrativo de titulação do território do Quilombo Preto Forro, localizado em Cabo Frio (RJ). Se os documentos são as formas pelas quais se processam as ações e significados produzidos pelo Estado, temos que um processo administrativo, formado por uma compilação ordenada de documentos cuja finalidade é a titulação de uma terra quilombola, pode ser objeto de etnografia sobre a forma de produção burocrática de um território quilombola titulado. A etnografia documental da titulação do território de Preto Forro mostrou que para o prosseguimento do processo administrativo foram necessários três tipos de mecanismos que amparam a construção de uma narrativa política jurídica de realização do direito. O primeiro, responsável constituição da legitimidade, está baseado no saber/poder antropológico que é expresso nos relatórios técnicos. O segundo se faz nas reiteradas idas e vindas das interpretações legais para instrução processual que garantem a legalidade do procedimento. O terceiro mecanismo se encontra nas decisões de autoridades que estabilizam sujeitos e concedem direitos. A análise etnográfica do processo administrativo de titulação do Território de Preto Forro identificou, assim, como operam os artifícios de construção de legitimidade, legalidade e coerência sobre a ordem do discurso construído com a finalidade de dar continuidade ao processo, para que assim ele constitua seu objeto: o território titulado.
Abstract: In this thesis, we analyze the practices of the State and forms of exercise of power expressed in the administrative procedure of identification, recognition, delimitation, demarcation and titling of the lands of remaining quilombo communities created by Presidential Decree n.o 4.887, of November 20, 2003, and executed by the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA). We argue that such a procedure, whose purpose is the titling of quilombola lands, is developed by a complex bureaucratic mechanism composed of administrative acts and decisions of authorities that operate for the constitution of legality and legitimacy in the creation of a quilombola territory titled by the State. In order to analyze the dynamics of power expressed in this relationship between the State and the Quilombo, we first apprehend, through the analysis of the specialized bibliography, the intellectual and legal interpretations involved in the context of the creation and application of the right to titling Quilombo lands. Next, we analyze the INCRA ́s norms that prescribe the step-by-step titling of the quilombola territory and that formally delimit the State’s power of action. The effects of these norms were analyzed through the systematization of INCRA data on the results of quilombo titling. Finally, the practices of the State are analyzed through the ethnography of documents from the administrative process of titling the territory of Quilombo Preto Forro, located in Cabo Frio- RJ. If documents are the means by which actions and meanings produced by the State, we have that an administrative process, formed by an ordered compilation of documents whose purpose is the titling of a quilombola land, can be the object of ethnography on the form of bureaucratic production of a titled quilombola territory. The ethnography of the procedural of titling the territory of Preto Forro showed that, for the continuation of the administrative process, three forms of mechanisms were necessary for the construction of a legal narrative that would support the realization of the right. The first, responsible for the constitution of legitimacy, is based on the anthropological knowledge/power that is expressed in the technical reports. The second was made in the repeated comings and goings of legal interpretations for procedural instruction that guaranteed the legality of the procedure. The third form is in the decisions of authorities that stabilize subjects and grant rights. The ethnographic analysis identified, therefore, how the artifices of construction of coherence, legality and legitimacy operate on the order of the discourse constructed with the purpose of giving continuity to the process so that it constitutes its object: the titled territory.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18272
Aparece nas coleções:Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade

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