Potencial de praças como sumidouros de carbono e fontes de biodiversidade: estudo de caso no município de Araraquara-SP

Abstract

As mudanças climáticas têm causado efeitos negativos significativos, especialmente em áreas urbanas, onde eventos climáticos extremos como chuvas intensas e ondas de calor, são cada vez mais frequentes. Adicionalmente, essa e outras mudanças globais, têm aumentado o risco de extinção de diversas espécies ao redor do mundo. A urbanização tradicional, que prioriza infraestruturas cinzas em detrimento das verdes, exacerba esses impactos. Infraestruturas verdes, especialmente as constituídas por árvores e palmeiras, além de aumentarem a biodiversidade na área urbana, tem a capacidade de sequestrar o carbono atmosférico por meio da fotossíntese, o que as tornam elementos importantes na mitigação do aquecimento global. No entanto, em regiões tropicais, pesquisas que estimam essa capacidade, utilizando equações alométricas específicas para árvores urbanas, ainda são limitadas. Árvores urbanas enfrentam desafios únicos, como solos compactados e espaços restritos, que podem reduzir sua capacidade de armazenar carbono. Contudo, ambientes como praças, que oferecem melhores condições de crescimento, mostram-se promissores como sumidouros de carbono, além de propiciarem o uso de uma diversidade maior de espécies. O presente estudo teve como objetivo estimar a riqueza de espécies de árvores e palmeiras e o estoque de carbono de árvores localizadas em uma praça do município de Araraquara – SP. Para isso, todas as árvores e palmeiras com Diâmetro a Altura do Peito (DAP) ≥ 5 cm foram medidas e identificadas. Os valores de DAP das árvores foram utilizados em uma equação alométrica que estimou a biomassa estocada. A partir disso, o fator de conversão de 0,47 foi usado para estimar o carbono estocado. O levantamento demonstrou que a praça apresenta 188 indivíduos (157 árvores e 31 palmeiras), distribuídos em 40 espécies (24 nativas, 10 exóticas e 6 não identificadas). As nativas representaram 67,55 % do total e as exóticas 20,21%. A pesquisa também mostrou que os indivíduos arbóreos estocam 127,19 toneladas de biomassa e 59,78 de carbono, sendo as nativas responsáveis por 88,85 % do total. Este conhecimento é essencial para o planejamento urbano e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, dado que as cidades são grandes emissoras de gases de efeito estufa e também os ambientes mais vulneráveis a esses efeitos.