O papel da diplomacia brasileira na inserção dos pequenos PALOP no sistema-mundo

Abstract

A Teoria do Sistema Mundo proposta por Immanuel Wallerstein é um divisor de águas nos estudos das relações internacionais. Sua perspectiva a partir de uma totalidade sistêmica relacionada a longa duração acaba lançando um novo método sobre o entendimento da organização social. Assim, ao classificar os países em centro, semi-periferia e periferia se estabelece uma relação de hierarquia e poder na qual tais divisões são integradas em uma economia-mundo, e as decisões políticas afetam toda a rede. Nesse contexto, os Pequenos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) – composto por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau – encontram-se na periferia do Sistema Mundo, e lidam com formas de relações que efetivam a dominação e subordinação presente no sistema, além de contribuir para a manutenção do subdesenvolvimento desses países. A partir dessa conjuntura, o presente trabalho pretende investigar a partir do ponto de vista brasileiro, como a sua política externa contribui na inserção dos Pequenos PALOP no Sistema-Mundo no início do século XXI. Tal interesse é derivado da situação política e econômica que essas pequenas economias se encontram, e como o Brasil pode auxiliá-las a estabelecer possibilidades ao seu desenvolvimento, levando em conta as suas particularidades. Para compor esta análise, é realizado um resgate histórico a respeito do processo de independência dos Pequenos PALOP, visando compreender a sua formação econômica e social, e como ela afeta o sistema político vigente. Conta-se ainda com o levantamento de dados sobre comércio exterior e investimento direto estrangeiro, disponibilizados pelos Institutos de Estatística de cada país, de forma a estabelecer uma investigação das dinâmicas de comércio, identificando seus principais parceiros e de que forma estão inseridos na divisão internacional do trabalho.