Aspectos da dependência emocional, apego e esquemas iniciais desadaptativos em mulheres vítimas de violência

Abstract

Este trabalho objetivou o estudo dos fatores de risco, ampliadores da vulnerabilidade e mantenedores na situação de violência de mulheres em atendimento psicossocial. A violência contra as mulheres, particularmente a violência por parceiros íntimos, é definida como um conjunto de comportamentos que podem se manifestar de forma física, sexual, psicológica ou perseguição, perpetrados pelo parceiro íntimo. É a violência mais prevalente contra mulheres; no Brasil, as mulheres representaram 91,5% do total de notificações de violência por parceiros íntimos, retratando um problema grave de saúde pública e de violação dos direitos das mulheres. Buscou­se verificar a relação entre a dependência emocional, os estilos de apego, os esquemas iniciais desadaptativos e a violência perpetrada por parceiro íntimo. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo, utilizando método quantitativo­qualitativo, no Centro Especializado de Atendimento à Mulher, com quinze mulheres em situação de violência por parceiros íntimos, assistidas pelo equipamento. A pesquisa foi realizada sob a perspectiva metodológica da Inserção Ecológica e os dados foram analisados em duas etapas: a) por meio da investigação e estudo dos dados qualitativos, a partir de entrevistas e das observações de campo; b) pela análise de conteúdo de Bardin e com levantamento de dados quantitativos, com base nos Questionários de Esquemas e de Dependência Emocional na escala de apego, correlacionando­os com os dados sociodemográficos. Os resultados apontaram a ativação de Esquemas Iniciais Desadaptativos, principalmente do primeiro domínio (Desconexão e Rejeição), quinto domínio (Supervigilância e Inibição) e quarto domínio (Direcionamento para o Outro). Nos resultados da dependência emocional, a dimensão da ansiedade de separação e expressão afetiva e o apego ansioso apareceram nas respostas, fortalecendo a ideia de que tais variáveis se mostram como fatores de risco e ampliadores da vulnerabilidade e mantenedores da mulher à VPI.