Água como mercadoria: neoliberalismo e desenvolvimento sustentável na Região dos Lagos – RJ

Abstract

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar, à luz da geografia econômica, o modelo de gestão da água adotado pela Prolagos, empresa que há duas décadas comanda a distribuição da água em boa parte da chamada Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro. Modelo este, fruto de um processo de privatização ocorrido em 1998 e que servirá como modelo para a nova modalidade de distribuição de água, sob a governança da iniciativa privada que está em curso, não apenas no estado do Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. Para alcançar tal intento, foi realizado um levantamento bibliográfico, tendo como referencial teórico o neoliberalismo, a água e o desenvolvimento sustentável, a confecção de dois mapas, um sobre a responsabilidade da água em cada município do estado do Rio de Janeiro e outro sobre a atuação da Prolagos na Região dos Lagos. Também foram analisados os mais recentes relatórios disponíveis publicamente pela Prolagos e sobre sua holding Aegea. Os resultados obtidos revelam que a gestão da água por uma empresa privada, do ponto de vista corporativo, é satisfatório, pois as operações de captação, tratamento e distribuição da água são tratadas empresarialmente, sem possibilidade de prejuízos. Do ponto de vista ambiental, zelar pela disponibilidade de água é obviamente vital, pois sem essa disponibilidade não há razão da existência da empresa. No entanto, todo o aspecto social envolvido nesse processo é ignorado, embora a água seja uma substância vital.