Crianças não-adotadas: implicações familiares e sociais

Abstract

Este trabalho propõe uma reflexão sobre a análise da situação de crianças e adolescentes em abrigos, especialmente aqueles próximos à maioridade ou que nunca foram adotados, refletindo sobre a existência de políticas públicas que atendem aspectos educacionais, de trabalho, saúde e assistência a esse grupo. O estudo aborda o processo de desfiliação e adoção, enfatizando o desgaste emocional e social de adolescentes que permanecem longos períodos em instituições de acolhimento. A pesquisa explora como fatores como raça, gênero e faixa etária influenciam as chances de adoção e a exclusão social desses jovens, particularmente os negros, que enfrentam desigualdades ainda mais intensas. Além disso, visa compreender os impactos psicológicos, simbólicos e sociais dessa experiência e os desafios das políticas públicas de acolhimento e adoção no Brasil, com foco em como os estigmas e a vulnerabilidade social afetam a construção da identidade desses indivíduos. Assim, torna-se importante observar os entraves sociais, econômicos, culturais, familiares e educacionais enfrentados pelas crianças não-adotadas, a fim de compreender como se desenvolvem as experiências e trajetórias dessas pessoas durante sua vida no abrigo. Esta pesquisa pretende resgatar fatos históricos, documentos, leis, e ações públicas que versam sobre a questão da assistência à criança e aos adolescentes desde o período colonial até os dias atuais. Além disto, esta dissertação dialogou com pesquisas teóricas e empíricas sobre adoção e abrigamento de crianças e adolescentes, bem como analisamos as políticas públicas brasileiras relacionadas à tal problemática.