Memória, História e Identidade nos Caminhos de Belém. A Estação Ferroviária de Japeri como “Lugar de Memória”

Abstract

A Estação Ferroviária de Japeri, antiga Estação de Belém, constitui-se como lugar de memória para muitos indivíduos dessa sociedade. Os processos de tombamento que envolvem a Estação e se encontram em curso no IPHAN bem como os fortes laços de identidade e pertencimento que se agregam a mesma são importantes indícios de que constitui-se em torno da Estação um lugar de sentido para a população que vive na região de Japeri município da Baixada Fluminense. Esse lugar se encontra, hoje, esquecido, juntamente com o prédio da Estação que não faz mais parte do ponto de embarque e desembarque dos trens. A Estação construída no século XIX, constituiu-se como importante ponto de escoamento de produtos agrícolas, principalmente todo o café que vinha do Vale do Paraíba para o porto da capital Rio de Janeiro. Mais tarde foi também na Estação de Belém que os trens que circulavam entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais faziam sua primeira parada, o que fez da Estação um lugar muito movimentado e muito importante para o desenvolvimento da economia na época. A Estação apesar de não ser tombada ainda, já se apresenta como um patrimônio histórico cultural dentro da sociedade japeriense, ela é referência para a cidade e faz parte até mesmo do brasão do município. Tomando como referencial a perspectiva da História Oral o presente trabalho realizou entrevistas com indivíduos comuns da cidade, com faixas etárias diferenciadas, identificando dessa forma que a Estação tem múltiplos significados para as distintas gerações. Tais significados reafirmam a ideia de que a Estação é de fato um “lugar de memória” vital para a construção da identidade do município de Japeri de emancipação recente.