Geotecnologias aplicadas a proposição de corredores ecológicos entre unidades de conservação no estado do rio de janeiro

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo principal analisar o uso e cobertura do solo e a distribuição espacial das Unidades de Conservação (UCs) no Estado do Rio de Janeiro, a fim de realizar uma proposta de formação de corredores ecológicos entre essas áreas protegidas de modo automatizado utilizando técnicas de geoprocessamento. Para a análise foram utilizadas informações do banco de dados do uso e cobertura do solo, rodovias e UCs, procedendo-se ao processamento dos mesmos no software ArcGIS Desktop V.10.2. Os dados de uso e cobertura do solo foram divididos em 19 classes, a saber: Comunidade relíquia, Floresta, Mangue, Restinga, Afloramento rochoso, Vegetação secundária em estágio inicial, Áreas úmidas, Cordões arenosos, Agricultura, Reflorestamento, Dunas, Pastagem, Pastagem em várzea, Ocupação urbana de baixa, média e alta intensidade, Água, Salinas e Solo exposto. Os corredores foram propostos com o auxílio da ferramenta Linkage Mapper do software ArcGIS, sendo utilizados pesos (ou resistências) atribuídos às classes de uso e cobertura do solo, bem como na inclusão das rodovias. Esta análise foi dividida em dois métodos: 1) considerando a resistência associada ao peso das classes de uso e cobertura de solo e também da malha rodoviária presente no Estado; e 2) considerando somente a resistência associada ao peso das classes de uso e cobertura de solo. No total, com o primeiro método, foram gerados 32.162,5 ha de corredores ecológicos, enquanto que com o segundo foram gerados 33.500 ha, conectando UCs com área superior a 10 ha. A partir da área ocupada pelas propostas nos dois métodos, foi feita a relação de áreas de corredores necessários em cada um dos municípios relacionados e indicando, principalmente, os que devem ser considerados prioritários na implementação desses corredores. Além disso, estabeleceram-se paralelos comparativos com áreas florestais já existentes, a fim de tornar mais fácil a concepção de esforço necessário para pôr em prática as metodologias propostas. Ademais, foi feita a avaliação de investimento financeiro necessário para tornar ainda mais praticável a análise destas propostas. Conclui-se que a proposição de corredores ecológicos varia em cada uma das metodologias, embora a área de corredores totais em cada uma delas seja muito similar. Os resultados mostraram que o déficit de florestas para implementar os corredores propostos nas metodologias é relativamente baixo, assim como seu investimento financeiro necessário, o qual custaria R$ 96.434.233, em média. A ferramenta mostrou-se de grande importância na viabilidade deste estudo, tornando o mesmo mais prático e otimizado, gerando informações prévias de localidades ideais a se investir em termos de conservação e restauração florestal.