Dinâmica de focos de incêndio na Amazônia Ocidental

Abstract

As queimadas constituem uma prática largamente utilizada no Brasil, principalmente na região amazônica, sendo o principal instrumento de preparo da terra empregado por produtores rurais. A aplicação indiscriminada do fogo associada a outros fatores pode fazer com que as queimadas sejam convertidas em incêndios florestais. Neste contexto, o estudo e a prevenção assumem importância singular para inúmeras áreas de pesquisa, como o uso de ferramentas de geoprocessamento constitui uma prática imprescindível principalmente quando se tratando de grandes áreas de difícil acesso. Os dados de focos de calor no Brasil disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em seu Banco de dados de Queimadas, frequentemente apresentam redundâncias em função da detecção de uma mesma queimada mais de uma vez, ou da captação de um mesmo foco de calor por diferentes satélites, resultando em uma superestimação dos dados. A baixa resolução espacial de alguns satélites e a utilização de apenas um satélite como fonte de dados, pode também implicar na não detecção de pequenas áreas de queima ou na subestimação da quantidade de áreas afetadas pelo fogo. No presente trabalho, com o objetivo de diminuir as redundâncias, foi utilizado um modelo de identificação e exclusão de focos de incêndios ou queimadas, com o auxílio do software ArcGis 10.2. De um total de 1.273.971 focos de calor obtidos, foram mantidos apenas 433.267 no período estudado (2001 a 2015), indicando uma redução de aproximadamente 66%. A distribuição espacial de focos de calor na Amazônia Ocidental para o período, foi obtida através do Índice de Densidade Kernel. Foram gerados ainda mapas com a precipitação média de cada ano. Foi analisada, através do coeficiente de correlação de Pearson (r) e do coeficiente de determinação R, a relação entre o número de focos e a variável meteorológica chuva. Os resultados indicam uma correlação forte e negativa entre as variáveis.