Ensaios não-destrutivos de rigidez e cor em madeiras africanas de Prosopis africana e Balanites aegyptiaca

Abstract

Este trabalho é fruto de uma parceria estabelecida entre o Instituto de Florestas (UFRRJ) e o World Agroforestry Centre/ International Centre for Research in Agroforestry (ICRAF) visando o estudo de duas espécies nativas do Sahel Africano: Prosopis africana (Guill. & Perr.) Taub. e Balanites aegyptiaca (L.) Delile, as quais são muito importantes por proporcionar material para energia, construção e outros produtos essenciais aos países africanos. Essas espécies fazem parte de um grupo de espécies que está desaparecendo devido à intensa exploração e ao processo de desertificação desencadeado na região, tornando necessário estudos sobre o reflorestamento e a qualidade da madeira produzida nesses plantios. Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho foi determinar as propriedades de rigidez e cor das madeiras de Prosopis africana e Balanites aegyptiaca através de ensaios não-destrutivos. Foram utilizadas baguetas de madeira de 5 mm de diâmetro, sendo 160 amostras de Prosopis africana e 80 amostras de Balanites aegyptiaca, provenientes de plantios localizados em Niamey (Níger, África Ocidental), nas quais foram determinadas a densidade, a rigidez e a cor. A densidade foi determinada pelo método de imersão em mercúrio segundo a norma ASTM D 2395-93. A rigidez (módulo de elasticidade dinâmico) foi determinada através do equipamento Ultrasonic Tester, modelo BP-7 (Ultra Test GmbH, Dr. Steinkamp & Büssenschütt) nos sentidos longitudinal e transversal. As análises colorimétricas foram realizadas através do sistema CIE-L*a*b* com o auxílio do espectrofotômetro portátil CM 2600d da Konica Minolta, nas seções transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial. As madeiras de ambas as espécies apresentaram módulos de elasticidade dinâmicos inferiores ao esperado, considerando os valores de densidade obtidos. A madeira de Prosopis africana apresentou cor mais escura (menor L*) e menos pigmento amarelo (menor b*) na seção transversal, enquanto que na seção radial, a madeira mostrou ser mais escura e menos amarelada que na seção tangencial. Para Balanites aegyptiaca, a madeira apresentou uma cor mais escura (menor L*) e mais amarelada (maior b*) na seção transversal. As madeiras mais densas de Balanites aegyptiaca apresentaram cor mais escura (menor L*) e mais pigmento vermelho (a*) e amarelo (b*).