Análise da dinâmica de forrageamento da formiga cortadeira Atta sexdens (Hymenoptera:Formicidae)

Abstract

As formigas cortadeiras são as principais pragas nas culturas agrícolas e florestais. Os estudos sobre a dinâmica de forrageamento nos permitem entender a complexa relação na escolha dos substratos vegetais. O objetivo deste trabalho é analisar a atividade forrageadora de quatro ninhos de Atta sexdens de acordo com a variação temporal e verificar se existe padrão no comportamento das formigas saúvas-limão.Foram selecionados quatro ninhos de Atta sexdens localizados no campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,Seropédica/RJ. O experimento foi desenvolvido no período de março a junho de 2011.Para a análise do forrageamento das formigas foram contabilizados os fluxos de entrada e saída de operárias e os materiais transportados foram identificados. Além disso, com obteve-se dados referentes às temperaturas e às umidades locais. A metodologia aplicada consiste na observação do fluxo de operárias durante 20 minutos em três sessões do dia. Os materiais foram identificados e contabilizados para posterior análise. Os resultados comprovam que as menores taxas de entrada ocorreram no mês de junho em que as temperaturas foram mais baixas.No Ninho IB, as formigas optaram pelo forrageamento de Ficus sp. que estava no período de frutificação, o que permite inferir que a preferência foi influenciada pela disponibilidade dos recursos. No Ninho IV, a espécie mais utilizada pelas operárias foi a Cassia fistula, apesar desta não ser a espécie predominante do local, mas sim a mais próxima do olheiro mais ativo.Os ninhos “Ninho IF” e “Ninho IV” apresentaram as maiores diversidades de espécies se comparadas aos outros.No Ninho IA, ocorreram as maiores taxas de entrada de material, apesar deste local apresentar predominantemente três espécies. Sugere-se que os principais fatores de interferência no forrageamento foram os físicos, tais como a distância do material e temperatura e umidade relativa influenciaram na escolha para o forrageamento. Outra hipótese de influência na atividade forrageadora está intrínseca à composição química da espécie, visto que algumas substâncias químicas presentes nas plantas podem repelir o ataque de formigas.