Frugivoria por vertebrados em palmeiras rabo-de-peixe Caryota spp. em áreas de ocorrência nativa e exótica

Abstract

Os frutos das palmeiras são um recurso alimentar amplamente utilizado por vertebrados. A forma como esses animais usam os frutos em sua dieta, como por exemplo quais as partes consumidas e o destino dado às sementes, por sua vez, podem favorecer ou restringir a dispersão e o estabelecimento de novos indivíduos das plantas consumidas. O gênero Caryota possui 16 espécies, sendo as mesmas frequentemente usadas como ornamentais fora de sua área de ocorrência natural, podendo se tornar invasoras em alguns casos. Como o uso pela fauna pode contribuir para esse processo, o objetivo deste estudo foi descrever o consumo de frutos de Caryota spp. em áreas onde as palmeiras são nativas e também fora de sua área de ocorrência natural. Para isso foi feita uma busca no Google Acadêmico usando os nomes científicos (Caryota spp.) e populares (palmeira rabo-depeixe, fish-tail palm) das espécies, acrescidos das seguintes palavras-chave em português e inglês: frugívoros/frugivorous, dieta/diet, fruto/fruit, dispersão de sementes/seed dispersal, predação de sementes/seed predation e vertebrados/vertebrates. Foram consideradas todas as publicações encontradas até junho de 2022. No total, 36 espécies de vertebrados, pertencentes à 11 famílias foram relatadas consumindo os frutos dessas plantas. Os registros de frugivoria foram feitos em 11 países, sendo que em 23 casos o consumo de frutos de Caryota spp. foi em áreas de ocorrência natural das espécies e 15 em áreas onde essas palmeiras são exóticas. O maior número de registros de frugivoria foi feito na Índia. Com a relação à parte consumida dos frutos, a polpa foi a parte mais utilizada com 26 citações, enquanto em 17 houve consumo da polpa e da semente. Caryota urens foi a espécie mais estudada, seguida de C. mitis, C. rumphiana e C. ochlandra respectivamente. O grande número de vertebrados que se alimentam dos frutos de Caryota spp. demonstram sua importância como alimento para a fauna e sugerem que em áreas onde as espécies são exóticas os mesmos podem contribuir para o espalhamento de seus propágulos para novos locais.