Focos de incêndios no estado do Sergipe

Abstract

As queimadas controladas e incêndios florestais vêm se intensificando cada vez como uma das principais causas de impactos negativos à fauna e flora e a necessidade da utilização de ferramentas de geoprocessamento e sensoriamento remoto são importantes para o gerenciamento de análise de suas distribuições espaciais e temporais. Tais ferramentas podem proporcionar métodos mais efetivos de prevenção e combate ao fogo. A presente monografia possui o objetivo de fazer um diagnóstico dos focos de calor detectados por 17 satélites nos anos de 2017 a 2021, nos municípios do estado de Sergipe e relacionar com dados pluviométricos do Estado e variantes ambientais e demográficas. As análises dos focos de calor foram processadas usando o software QGIS 3.30.0, onde foi realizada a exclusão dos focos de calor redundantes captados por diferentes satélites do INPE e obtidos no mesmo período temporal de estudo. As análises estatísticas da relação dos focos de calor com as variáveis independentes obtiveram um coeficiente de correlação inversamente proporcional para a precipitação mensal média (r =-0,767; R² =0,589), área total dos municípios (r =0,573; R² =0,329), área de agropecuária (r =0,538; R² =0,289), área florestal (r =0,492; R² =0,242), área não vegetada (r =0,218; R² =0,047), densidade demográfica (r =-0,037; R² =0,0013) e população (r =0,100; R² =0,010). Foram registrados 7663 focos de calor pelos satélites do INPE em todo o estado de Sergipe entre 2017 e 2021. Os meses de Janeiro, Fevereiro, Março e Dezembro tiveram os maiores registros de focos de calor; Abril, Outubro e Novembro apresentaram registros intermediários de ocorrências e, Maio, Junho, Julho, Agosto e Setembro foram os meses que tiveram um menor registro.Japoatã foi o município que apresentou um maior número de focos de calor por área territorial, seguido dos municípios de Laranjeiras, Japaratuba, Capela, Estância, Lagarto, Tobias Barreto e Porto da Folha. Neste sentido, conclui-se que as regiões do estado que apresentaram uma maior incidência de focos de calor, registrados em seu maior caráter pelo satélite geoestacionário NPP - 375, onde obteve uma boa resolução espacial do objeto de estudo em questão (superfície terrestre no Estado de Sergipe), onde foi possível associar uma correlação entre fatores ambientais e o surgimento de focos de calor em determinados municípios de Sergipe, incluindo também a sua condição climática especial, onde temos um verão seco e inverno chuvoso, devido sua proximidade com o Oceano Atlântico e sistemas de baixa pressão, influenciando assim, na ocorrência de focos de calor no estado.