Gestão digital de risco de queda de árvores e suas partes no Parque Ibirapuera – São Paulo – SP

Abstract

A gestão de áreas verdes urbanas representa um grande desafio para os municípios brasileiros. Na maioria das cidades brasileiras, a expansão urbana não é acompanhada de processos de planejamento e de gestão satisfatórios. É fundamental um olhar atento dos gestores públicos para essas questões, uma vez que a importância das áreas verdes urbanas vai além do aspecto contemplativo, pois estão intimamente relacionadas aos serviços ecossistêmicos essenciais à saúde e à qualidade de vida nas cidades. É imprescindível realizar o manejo das árvores, baseados em um banco de dados relacional sobre as atuais condições fitossanitárias da população arbórea, sua respectiva localização geográfica e dimensões, uma vez que as futuras ações serão adotadas baseadas nas avaliações técnicas. A partir da premissa de que o planejamento da arborização é de essencial importância para alcançar êxito, o presente trabalho procurou inventariar e analisar o risco das árvores existentes no espaço denominado “cachorródromo” existente no interior do Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo, no bairro da Vila Mariana. A área objeto do projeto foi percorrida em toda sua extensão. Procedeu-se ao cadastramento das árvores existentes no local, com identificação numérica e botânica dos exemplares. Foram analisadas também as condições gerais dos exemplares, como estado fitossanitário e mensuração de suas medidas dendrométricas básicas. O inventário realizado quantificou 126 árvores no interior do “cachorródromo” e identificou 36 espécies diferentes pertencentes a 22 famílias. As análises efetuadas, em conjunto com a geolocalização dos exemplares, embasaram a classificação de risco Nível 1, oito exemplares foram classificados como “manejo emergencial”, parâmetro estabelecido para que se proceda a uma avaliação de Nível 2 nestas árvores. De maneira geral, os exemplares arbóreos inventariados apresentam bom estado fitossanitário, sendo necessária a remoção emergencial de 7 (sete) exemplares e a poda de correção de um exemplar. Em face da altura elevada de 35% dos exemplares avaliados, sugere-se efetuar uma análise de risco Nível 2, principalmente devido à ocorrência de eventual “efeito de vela” provocado por ventos intensos e pela drenagem deficiente da área. É importante ressaltar que os exemplares arbóreos existentes no Parque Ibirapuera deverão ser constantemente monitorados em avaliação Nível 2 e, quando necessário, realizar avaliações mais aprofundadas, com uso de tomografia e penetrografia, principalmente em árvores com altura superior a quinze metros e DAP acima de 40 cm, em face dos constantes problemas com vendavais e drenagem insuficiente existentes em todo o Parque.