Análise da certificação de manejo florestal FSC no continente americano no período de 2014 a 2019

Abstract

As florestas são essenciais às demandas da sociedade humana, pois oferecem desde madeira à produtos não madeireiros, sequestro do carbono, purificação da água, influência no clima com seus processos evapotranspiratórios e habitat de diversas espécies. Durante as décadas de 1980 e 1990, houve ações de ONGs ambientalistas que pressionaram o mercado de produtos florestais, que frisava frear a exploração predatória dos recursos ambientais, devido ao aumento significativo do consumo de madeira. A Convenção das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (RIO 92) foi o marco do ápice do debate governamental mundial, pois os países produtores e consumidores tentaram acordar sobre conservação e comércio de madeira. E em 1993 foi fundado o FSC (Forest Stewardship Council), que tem como objetivo reconhecer empresas ou produtores florestais que buscam adequar suas práticas de manejo florestal a critérios socioambientais pré-definidos. Seus padrões atendem a qualquer produto de origem florestal (produtos madeireiros e não madeireiros como látex de borracha à frutos e sementes e etc.) de qualquer floresta do mundo (do tipo boreal, temperada, savana, tropical e entre outros.), natural ou por plantação florestal. Desta forma, este trabalho buscou avaliar o avanço da certificação do manejo florestal do FSC, das áreas florestais (plantações e florestas naturais) encontradas no continente americano, entre os períodos de 2014 a 2019, por meio da análise descritiva. Utilizando os relatórios de auditoria das organizações certificadas, aspirando-se observar o comportamento das organizações quanto ao cumprimento dos princípios e critérios do Padrão FSC e suas inconformidades. Nos resultados gerados, observou uma maior frequência de inconformidade nos princípios: 4,6,7 e 8 nos dois tipos de certificados diferentes (plantios e florestas naturais), na América Latina uma presença maior da inconformidade no princípio de legislação (1) e na América do Norte o princípio voltado as áreas de alto valores de conservação (9) nas unidades de manejo naturais. Além disso, observou que o mercado florestal entre 2014 a 2019 foi constituído por empresas de médio a grande porte e as de menor porte foram constituídas por comunidades e proprietários rurais que obtêm a certificação SLIMF por grupo. Conclui -se que as organizações florestais têm maior dificuldade nos indicadores voltados para: direitos comunitários e ambientais, impactos ambientais, monitoramento e respeito quanto áreas de preservação. Sendo assim, verifica-se que se tornou necessário melhorias e acompanhamento contínuo por parte das organizações certificadas para o cumprimento constante da certificação FSC, sendo está uma ferramenta que auxilia as organizações quanto ao cumprimento destes quesitos socioambientais.