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https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9517
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Questão agrária, violência e poder público na Amazônia brasileira: o caso do assassinato do líder sindical João Canuto de Oliveira |
Título(s) alternativo(s): | Agrarian issue, violence and public power in brazilian Amazon: syndical leader João Canuto de Oliveira's murder |
Autor(es): | Feitosa, Terezinha Cavalcante |
Orientador(a): | Bruno, Regina Angela Landim |
Primeiro membro da banca: | Ribeiro, Ana Maria Motta |
Segundo membro da banca: | Medeiros, Leonilde Servolos de |
Terceiro membro da banca: | Figueira, Ricardo Rezende |
Palavras-chave: | Violência no campo;organização;militância;agentes da justiça;Inquérito policial;morosidade/ impunidade/cumplicidade;violence in countryside;organization and militancy;justice agents;slowness/impunity/complicity |
Área(s) do CNPq: | Sociologia |
Idioma: | por |
Data do documento: | 18-Nov-2011 |
Editor: | Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UFRRJ |
Departamento: | Instituto de Ciências Humanas e Sociais |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade |
Citação: | FEITOSA, Terezinha Cavalcante. Questão agrária, violência e poder público na Amazônia brasileira: o caso do assassinato do líder sindical João Canuto de Oliveira. 2011. 260 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2011 |
Resumo: | Esta tese discorre sobre questão agrária, violência e poder público na Amazônia Brasileira. Realizada pela análise de processos a partir do assassinato do líder sindical João Canuto de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria-STRRM, ocorrido em 18 de dezembro de 1985, a mando de fazendeiros e políticos da região sul do Estado do Pará. A análise parte da história de militância de João Canuto para criar o sindicato de Rio Maria, e de seu embate sindical e político na luta por direitos e contra a violência a que eram submetidos os camponeses. Nesse aspecto que a concentração de terra no Brasil fomenta os processos violentos. Uma violência estruturante e que ameaça a existência física dos trabalhadores, familiares e aliados. João Canuto, juntamente com seus companheiros, apoio de entidades como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B), ao se contrapor ao modelo agrário estabelecido até então e ao lutar por direitos, passaram a ser alvo de perseguição, difamação e também de mortes. Durante a pesquisa, foi possível identificar uma grande cumplicidade por parte de Delegados de Polícia, Promotores de Justiça, Juízes, Defensores Públicos, para com os fazendeiros locais. Em relação ao assassinato de Canuto, destaco a impunidade e a morosidade de agentes da justiça local. Isso está evidenciado na forma como o processo foi conduzido, o Inquérito Policial aberto em 20 de dezembro de 1985, dois dias após sua morte, só foi concluído em 1992. Dois acusados foram julgados pelo Tribunal do Júri em 2003. Entre a abertura do Inquérito e a condenação passaram-se 18 anos. Durante esse período, outros sindicalistas, políticos, religiosos, alguns militantes do Partido Comunista do Brasil (PC do B) também foram perseguidos e assassinados. Entre os assassinatos que ocorrem por questões de terra no sul e sudeste do Pará, constatou-se que apenas 7% dos casos vão a julgamento. Em alguns municípios a impunidade chega a 100%, ou seja, não há sequer a abertura de Inquérito Policial. Avaliando, a efetivação do julgamento dos assassinos de João Canuto só foi possível em virtude da mobilização aguerrida da família, dos amigos, dos movimentos sociais do campo e da cidade, e da ação de entidades em favor dos direitos, dentre as quais se destacam: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comitê Rio Maria, Organização dos Estados Americanos (OEA), Anistia Internacional, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), PC do B e o Partido dos Trabalhadores (PT). |
Abstract: | This thesis discusses about the agrarian issue, violence and public power in Brazilian Amazon. We analyzed these processes since the murder of syndical leader João Canuto de Oliveira, president of Rural Workers‟ Trade Union of Rio Maria – STRRM in Portuguese – which happened in December 18, 1985, by order of farmers and politicians from Pará State‟s south region. The analysis began in João Canuto‟s militancy history in order to create the Trade Union of Rio Maria, and in his syndical and political resistance in the fight for rights and against the violence which country persons were submitted to. In this aspect we observed that land concentration in Brazil incites the violent processes. Such violence determines structuring and threatens the physical existence of workers, their relatives and allies. In being against the established agrarian standard up to that time and in fighting for rights, João Canuto, together with his companions and with the support of entities like CPT, Comissão Pastoral da Terra (Land Pastoral Commission) and Brazil‟s Communist Party (PC do B), became subject to harassment, defamation and also deaths. In the course of this research, it was possible to identify a great complicity between police deputies, prosecutors, judges, attorneys and local farmers. In respect to Canuto‟s murder, we emphasize impunity and local justice agents‟ slowness. This is clear in the way the process was led, Police Inquiry was opened on December 20, 1985, two days after his death and it was only concluded in 1992. Two defendants were sentenced by the Court of Jury in 2003. Between the Inquiry‟s opening and the conviction, eighteen years went by. During this period of time, other syndicalists, politicians, religious people and some Brazil‟s Communist Party (PC do B) militants were persecuted and murdered. Among the homicides that happen due to land in south and southeast of Pará, it was verified that only 7% of the cases go to trial. In some districts, impunity reaches 100%, in other words, there is not even the opening of Police Inquiry. We estimate that the trial of João Canuto‟s murderers only happened because of the mobilization of his valiant family, friends, social movements of country and city, as well as the action of entities in favor of the rights, among which stand out: CPT, Comissão Pastoral da Terra (Land Pastoral Commission), Rio Maria Committee, American States Organization (OEA), Amnesty International, Brazilian Bar Association (OAB), PC do B and Workers‟ Party (PT). |
URI: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9517 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade |
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