Inclusão em perspectiva: será a escola a “ponte” entre a pessoa com deficiência e o mundo trabalho?

Abstract

Esta tese de doutorado problematizou a relação existente entre a formação na escola e inclusão no mundo do trabalho, ou seja, pensar se a escolarização que tem sido possível possibilita as pessoas com deficiência acessar o mundo do trabalho, em destaque neste estudo o mercado formal e informal. Nesse sentido optamos por adotar a Teoria Critica da Sociedade como suporte teórico-metodológico da pesquisa, à medida que a mesma se constituiu no próprio método da pesquisa. Definimos como objetivo geral caracterizar, com base na análise das políticas públicas de educação inclusiva, o processo de transição da educação formal (escola) para o mundo do trabalho da pessoa com deficiência. Para tanto, alicerçamo-nos sobre a experiência de quinze pessoas empregadas e/ou que ainda estão em formação, que puderam relatar suas experiências sobre os caminhos que escola regular e/ou a Universidade construíram para que pudessem ser incluídas no mercado de trabalho formal ou informal. Nossa discussão tratou da relação de proximidade entre as políticas de inclusão e as práticas pedagógicas, que destacam o mundo do trabalho como uma das etapas da formação humana. Nesse sentido, foram escolhidas como sujeitos da pesquisa pessoas com deficiência que ocupam diferentes funções em nossa sociedade e pessoas com deficiência que ainda estão se profissionalizando. Necessariamente, esta tese de doutorado articulou-se de maneira crítico-reflexiva por questões acerca da democratização da escola e do mundo do trabalho. Para tal, estabelecemos questões de estudo, concebidas à luz do pensamento de Adorno: quais são as políticas educacionais que se relacionam com a formação para o mundo do trabalho da pessoa com deficiência? A escola regular tem implementado tais políticas no processo de inclusão da pessoa com deficiência? Os dispositivos legais existentes no âmbito da relação educação e trabalho contribuem para inclusão social da pessoa com deficiência? De que forma? Como se estabelece, do ponto de vista legal/político, a passagem da escola para o mundo do trabalho da pessoa com deficiência? A escola regular alicerçou a construção de um “ideário trabalhista” para a pessoa com deficiência? Como têm sido essas experiências? Em qual segmento (formal ou informal) do mundo do trabalho a maioria das pessoas com deficiência se estabelece? As pessoas com deficiência inseridas no mundo do trabalho formal têm seus estudos valorizados? Os resultados da pesquisa revelam que escolas são “pontes” que permitem a transição da pessoa com deficiência para o mundo do trabalho, mas existem limites encontrados no processo educativo que dificultam esse “caminhar”. Nessa perspectiva, é possível afirmar que mudanças precisam ser implementadas, considerando os limites encontrados no processo educativo que encaminha para o mercado de trabalho, posto que uma vez eliminadas as barreiras que dificultam/obstaculizam essa transição, eliminam-se as consequências