Luzes, Wonder, Ação! Subjetividades travestis em São Paulo, décadas de 1970 e 1980

Abstract

Esta pesquisa tem por objetivo historicizar a emergência de subjetividades travestis em São Paulo entre os anos setenta e oitenta, através de uma montagem das histórias cruzadas de Claudia Wonder, Andréa de Mayo, Brenda Lee e Thelma Lipp. O foco da tese está nas práticas de assujeitamento e de subjetivação, tomando por fio condutor os textos autobiográficos de Wonder, os registros fílmicos de suas performances e modos de elaboração de si. Ressalto estratégias de desassujeitamento, a construção de si pelo outro e por si, estéticas estilizadas, provisoriamente estáveis. Privilegio práticas que desencadeiam éticas e políticas outras, artes de si, formas renovadas de estar na vida, de ser o que não se era antes, deixar de ser. Argumento que essas práticas, atualizando as maneiras dizíveis de existência e de relações, mostram a ambivalência do poder que permite os processos de subjetivação. Destaco performances de gênero que indicam a subjetivação como um fazer que abre novas situações e reviravoltas dentro de um campo de probabilidades, de modos possíveis de se ver e de aparecer.