Please use this identifier to cite or link to this item: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10484
Tipo do documento: Dissertação
Title: Interlocução de Saberes na Construção do Plano de Etnodesenvolvimento do território quilombola do Gurutuba, Norte de Minas Gerais
Other Titles: Interlocution of knowledge in the construction of the Ethnodevelopment Plan for the quilombola territory of Gurutuba, Northern Minas Gerais
Authors: Teixeira, Tiago Salles
Orientador(a): Uzêda, Mariella Camardelli
Primeiro membro da banca: Uzêda, Mariella Camardelli
Segundo membro da banca: Dayrell, Carlos Alberto
Terceiro membro da banca: Carvalho, Igor Simoni Homem de
Keywords: Cartografia social;Agrobiodiversidade;Serviços Ecossistêmicos;Social Cartography;Agrobiodiversity;Ecosystem Services
Área(s) do CNPq: Agronomia
Idioma: por
Issue Date: 30-Apr-2020
Publisher: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Agronomia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Citation: TEIXEIRA, Tiago Salles. Interlocução de Saberes na Construção do Plano de Etnodesenvolvimento do Território Quilombola do Gurutuba, Norte de Minas Gerais. 2020. 147 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Orgânica) - Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2020.
Abstract: O Quilombo do Gurutuba forma um contingente de 895 famílias quilombolas, dispersos em 30 núcleos populacionais, distribuídos em sete municípios da região norte de Minas Gerais. Com advento das políticas desenvolvimentistas na região, a comunidade assistiu a um processo agressivo de degradação ambiental e expropriação territorial, ao ponto que, atualmente estão sob posse de apenas 3% do seu território. No anseio da titulação do território, a comunidade se encontra em vias de construção do seu Plano de Etnodesenvolvimento. Neste contexto, a presente pesquisa foi concebida no intuído de caracterizar de forma participativa o território quilombola do Gurutuba, os vetores de pressão e degradação e, fazer um zoneamento da área de forma a permitir o resgate dos serviços ecossistêmicos e a qualidade de vida da população local. Apoiado na abordagem epistemológica da agroecologia, a cartografia social foi o método utilizado para reportar ao olhar da comunidade, fazendo uso de instrumentos variados no suporte a construção de um conhecimento integral sobre o território tradicional. Tal junção permitiu também fazer conexões com outras diversas áreas de conhecimento. Com a exploração literária e o aporte da memória coletiva local, vetores de pressão e impactos socioambientais são caracterizados, de modo a constituir uma matriz de análise multidimensional. O resultado disso, é uma ferramenta com potencial de subsidiar reflexões comunitárias acerca da realidade vivenciada e, consequentemente, favorecer estratégias de reposicionamento comunitário. Além disso, ferramentas de geoprocessamento contribuíram no suporte a caracterização e representação das escalas de paisagem reconhecida pelos Gurutubanos. Assim, os resultados demonstram a complexidade dos níveis organizacionais utilizados pelos quilombolas na apropriação do espaço em suas distintas particularidades, de tal modo a permiti-los produzir em diferentes tipos de solos e garantir a sobrevivência de um grande número de pessoas sob áreas relativamente pequenas. Assim, em cada modalidade do Sistema Agrícola Tradicional Gurutubano (SAT), procura-se aproveitar os potenciais inerentes à unidade de paisagem em que se situa. O reconhecimento da (agro)biodiversidade e serviços ecossistêmicos é uma forma de materialização do SAT e, de tal forma, as espécies da flora local são categorizadas em diversas tipologias de uso comunitário. Esse o estudo etnobotânico foi efetivado em transectos por diferentes unidades de paisagem. E da análise de Cenários, foi possível identificar em três escalas temporal o movimento gradual de redução da fauna local. De porte deste resultado, o corredor ecológico se apresenta como alternativa viável de reconexão da paisagem e se relaciona diretamente às estratégias de proteção de espécies e processos funcionais do ecossistema. Para isso, utilizou-se de técnicas de interpretação de imagens, combinadas a técnicas de reflexão comunitária para determinação de paramentos de viabilidade para implantação de corredores ecológico. A apesar de sucessivas pressões sobre população e território, revela-se nos resultados a resiliência de uma comunidade que mantem viva a territorialidade. O direito dos gurutubanos ao território é condição vital para a conservação da (agro)biodiversidade e serviços ecossistêmicos; para tanto, é interesse do Estado e de toda sociedade civil.
Abstract: Quilombo do Gurutuba forms a contingent of 895 quilombola families, dispersed in 30 population centers, distributed in seven municipalities in the northern region of Minas Gerais. With the advent of developmental policies in the region, the community witnessed an aggressive process of environmental degradation and territorial expropriation, to the point that, currently, they are in possession of only 3% of their territory. In the quest for land titling, the community is in the process of building its Ethnodevelopment Plan. In this context, the present research was conceived with the intent of characterizing in a participatory way the quilombola territory of Gurutuba, the pressure and degradation vectors and, zoning the area in order to allow the rescue of ecosystem services and the quality of life of the population place. Supported by the epistemological approach to agroecology, social cartography was the method used to report to the community, using different instruments to support the construction of comprehensive knowledge about traditional territory. This combination also allowed connections to be made with other diverse areas of knowledge. With literary exploration and the contribution of local collective memory, pressure vectors and socioenvironmental impacts are characterized, in order to constitute a multidimensional analysis matrix. The result of this is a tool with the potential to subsidize community reflections about the reality experienced and, consequently, subsidize strategies for community repositioning. In addition, geoprocessing tools contributed to support the characterization and representation of the landscape scales recognized by Gurutubans. Thus, the results demonstrate the complexity of the organizational levels used by quilombolas in the appropriation of space in their different particularities, in such a way as to allow them to produce on different types of soils and guarantee the survival of a large number of people under relatively small areas. Thus, in each modality of the Traditional Gurutuban Agricultural System (SAT), the aim is to take advantage of the potential inherent to the landscape unit in which it is located. The recognition of (agro) biodiversity and ecosystem services is a way of materializing the SAT and, in such a way, the species of the local flora are categorized into several types of community use. This ethnobotanical study was carried out in transects by different landscape units. From the analysis of Scenarios, it was possible to identify on three time scales the gradual movement of reduction of the local fauna. With this result in mind, the ecological corridor presents itself as a viable alternative for reconnecting the landscape and is directly related to species protection strategies and ecosystem functional processes. For this, it was used techniques of image interpretation, combined with techniques of community reflection to determine viability vestments for the implantation of ecological corridors. Despite successive pressures on population and territory, the results reveal the resilience of a community that keeps territoriality alive. The right of gurutubans to the territory is a vital condition for the conservation of (agro) biodiversity and ecosystem services; therefore, it is in the interest of the State and of all civil society.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10484
Appears in Collections:Mestrado em Agricultura Orgânica

Se for cadastrado no RIMA, poderá receber informações por email.
Se ainda não tem uma conta, cadastre-se aqui!

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2020 - Tiago Salles Teixeira.pdf5.42 MBAdobe PDFThumbnail
View/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.