Please use this identifier to cite or link to this item: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11504
Full metadata record
DC FieldValueLanguage
dc.contributor.authorCruz, Pedro Augusto Dinelli Garcia
dc.date.accessioned2023-12-22T01:53:15Z-
dc.date.available2023-12-22T01:53:15Z-
dc.date.issued2017-08-30
dc.identifier.citationCruz, Pedro Augusto Dinelli Garcia. Sociedade e multiplicidade: por uma política não teológica, pela potência da multidão. 2017. [73 f.]. Dissertação( Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, [Seropédica - RJ] .por
dc.identifier.urihttps://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11504-
dc.description.abstractEste trabalho tem como objetivo principal investigar os fundamentos da política no pensamento de Baruch de Spinoza. Tendo como força impulsora uma problemática histórica e atual no Brasil, ou seja, a relação entre as teologias e a política. Considerando esses apontamentos, intenciona-se percorrer os argumentos apresentados por Spinoza, vendo como esse, em sua análise da constituição política apresenta uma compreensão do poder político em que o Estado não tenha como suporte e legitimação nenhum poder transcendente, mas sim, que a sua constituição se dê a partir daquilo que é imanente ao campo político e social. Para Spinoza, a Teologia e a filosofia se contrapõem radicalmente, a primeira visa apenas a obediência e a servitude no campo político, enquanto a segunda tem como fim libertar os indivíduos do medo e possibilitar condições para que possam preservarem suas vidas. Dessa forma, a legitimação do campo filosófico servirá de fundamento para o poder político, assim como, para a constituição do Estado em que ambas surgem a partir de uma série de desconstruções dos alicerces do poder Teológico-Político. Dentre essas desconstruções, nos referimos àquelas que correspondem a origem dos preconceitos e superstições, ou seja, a concepção finalista da natureza; também é desfeita aquela referente ao imaginário teológico, principalmente naquilo que condiz com a ideia de um Deus dotado de intelecto e de uma vontade criadora, e deste modo, consequentemente aquela que possibilita a legitimação de governantes e da soberania, isto é, as premissas da separabilidade e a transcendência do poder político em relação ao campo social. Dito isso, o pensamento político-filosófico de Spinoza configura-se, primeiramente, a partir de uma nova concepção de Deus, sendo essa puramente realista, como única substância que efetua-se e que possui sua efetuação em modos singulares pela Natureza inteira, em um plano imanente a ela, ou seja, Deus sive Natura, e a partir da potência (Potentia) de Deus(natureza) que concretiza-se no real através do conatus – um esforço de perseveração existencial de todas as coisas – é que torna possível pensar tanto a política quanto o direito, somente desta forma a teoria jusnaturalista com traços do poder Teológico-Político cede lugar a um jusnaturalismo radical e imanente onde é demonstrado um desenvolvimento espontâneo de força política e comunitária, cuja necessidade de mediação exterior é desnecessária. Spinoza tem uma perspectiva realista, que tem como característica o uso da razão apenas como possibilidade e não como fundamento, e dessa forma, a partir da história das sociedades humanas concebe o desenvolvimento político possuindo uma característica comum: as paixões. A utilidade da formação social é necessária a conservação de todos os indivíduos, por isso o grande desafio da política seria uma instituição para seres racionais ou cegos desejantes, esta constituição se faz a partir da cooperação existente entre eles, que possibilitam o surgimento da Multitudo (multidão), ou, potência coletiva, que surge como um novo sujeito político, que de acordo com os regimes políticos pode ter maior ou menor participação no poder. Dentre os regimes, destaca-se a democracia como a forma que mais se aproxima da natureza humana, configurando-se como o mais natural dos regimes, em que todos possam governar em vez de serem governados, somente dessa forma se constitui o “Estado absoluto” (absolutum imperium). Nesta concepção política “subversiva” vemos o surgimento do direito de Cidade e das instituições políticas em contraposição as virtudes morais dos governantes. Sendo assim, constata-se a necessidade de um Estado laico, não só para a liberdade dos indivíduos, mas para a preservação do próprio Estado, e ao fim, da conservação da paz e da comunidade.por
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil.por
dc.formatapplication/pdf*
dc.languageporpor
dc.publisherUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiropor
dc.rightsAcesso Abertopor
dc.subjectSpinozapor
dc.subjectpolíticapor
dc.subjectteologiapor
dc.subjectSpinozaeng
dc.subjectpoliticseng
dc.subjecttheologyeng
dc.titleSociedade e multiplicidade: por uma política não teológica, pela potência da multidãopor
dc.title.alternativeSociety and multiplicity: by a non-theological policy, by the power of the multitude.eng
dc.typeDissertaçãopor
dc.description.abstractOtherThis research has the main objective to investigate the fundaments of the politic in Baruch de Spinoza’s thought. It has, as a driving force, the historical problematic and current in Brazil, that is, the relation between theologies and politics. Considering these notes, it intends to travel the arguments presented by Spinoza, seeing how him, in his analysis of politics constitution presents a comprehension of the politics power in which the State does not have as support and legitimation no transcendent power, but that it’s constitution occurs from what is immanent to the political and social field. According to Spinoza, theology and philosophy are radically opposed, the first aims just the obedience and servitude in political field, while the second has a purpose to free individuals from fear and to licence conditions so that they can preserve their lives. In this way, the legitimate of the philosophical field will serve as the foundation for politics power, as well as, for a constitution of an State wherein both arise from a number of deconstructions of the foundations of theological-political power. Among these deconstructions, we refer to those that match the origin of prejudices and superstitions, that is, the finalist conception of nature; is also undone the one referring to the theological imaginary, especially in what is consistent with the idea of a God endowed with intellect and a creative will, and thus consequently one that enables the legitimation of rulers and sovereignty, ie the premises of separability and transcendence of political power in relation to the social field. Said that, the politic-phisolophical thought of Spinoza is configured, firstly from a new conception of God, wich is purely realistic, as the only substance that is effected and which has its effectuation in unique ways by the whole nature in an immanent plan it, that is, Deus sive Natura, and from the potency (Potentia) of God (nature) which is realized in the real through the conatus – an existential preservation effort of all things – it is making it possible to think both the politics and the law, only in this way the jusnaturalist theory traces the political theological power gives way to a radical and immanent jusnaturalism where a spontaneous development of political power and community is demonstrated, in wich the need for foreign mediation is unnecessary. Spinoza has a realistic perspective whose characteristic is the use of reason only as a possibility and not as foundation. And therefore, from the history of human societies conceives political development having a common characteristic: the passions. The usefulness of social formation is necessary to conservation of all individuals, so the great challenge of the policy would be an institution for rational beings or desiring blind, this constitution is made from the existing cooperation between them, wich allow the emergence of Multitudo (crowd), or, collective potency, which appear as a new political subject, that according to political regimes may have greater or lesser participation in power. Among regimes, democracy stands out as the form that most closely matches the human nature, setting up as the most natural of regimes, in which everyone can govern without being governed, only in this way constitutes the “Absolut state” (absolutum imperium). This subversive conception policy we see the emergence of the right city and political institutions as against the moral virtues of rulers. Therefore, there has been the need for a secular State, not only for the freedom of individuals, but to preserve the State itself, and at the end, the maintenance of peace and community.eng
dc.contributor.advisor1Maciel, Marcelo da Costa
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/8425624644707012por
dc.contributor.referee1Abranches, Aparecida Maria
dc.contributor.referee2Ribeiro, Luís Antônio Cunha
dc.creator.ID122585037-10por
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/6991788010536560por
dc.publisher.countryBrasilpor
dc.publisher.departmentInstituto de Ciências Humanas e Sociaispor
dc.publisher.initialsUFRRJpor
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Ciências Sociaispor
dc.relation.referencesSPINOZA. B. Pensamentos metafísicos; Tratado da correção do intelecto; Ética. Tratado Político. Seleção de textos Marilena de Souza Chauí; traduções de Marilena de Souza Chauí, Carlos Lopes de Mattos, Joaquim de Carvalho, Manuel de Castro [et al.]. 4. ed.- São Paulo: São Paulo: Nova Cultural, 1983. __________. Tratado Teológico-Político. Tradução e Introdução e Notas de Diogo Pires Aurélio. – São Paulo: Martins Fontes, 2008. __________ Ética. Edição bilíngüe Latim-Português. Tradução e notas de Tomaz Tadeu. 3 Ed. – Belo Horizonte. Autentica Editora, 2010. ___________.Spinoza Opera. Im Auftrag der Heidelberger Akademie der Wissenschaften herausgegeben von Carl Gebhardt. Heidelberg: Carl Winter, 1925; Ristampa 1972. Milano: Edição Eletrônica e cura di Roberto Bombacigno e Monica Natali, 1998. 1 CD-Rom Secundárias BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional São Paulo: Saraiva 2000 BONNEAU, Cristiano, Sobre o fundamento do Estado em Espinosa a partir do conceito de necessidade. Revista Conatus – Filosofia de Spinoza – volume 5 – número 10 – Dezembro de 2011 CARVALHO, Joaquim “Sobre o lugar de origem dos antepassados de Baruch de Espinosa.” Lisboa 1978 CHAUI, Marilena. A nervura do real. Imanência e liberdade em Espinosa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. __________. A definição real na abertura da Ética I de Espinosa. In. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, série 3, vol. 11. Campinas: UNICAMP, 2001. __________. Espinosa: uma filosofia de liberdade. 2 ed. – São Paulo: Moderna: 2005. – (coleção logos). __________. Política em Espinosa. São Paulo: Companhia das Letras, 2003 __________ Cristianismo e Spinozismo. In Anais do Simpósio sobre cultura oriental cultura ocidental. São Paulo: USP 2002 __________ O retorno do Teológico-Político. In CARDOSO, Sérgio. Retorno ao Republicanismo. Belo Horizonte UFMG, 2004 72 COLERUS, Jean. A vida de Spinoza. Tradução e notas de Emanuel Angelo da Rocha Fragoso. Londrina: 2002 (tradução publicada no site Spinoza – http.//www.benedictusdespinoza.pro.br/4939/15139.html). CHAUI, Marilena. A nervura do real. Imanência e liberdade em Espinosa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. DELEUZE, Gilles. Espinosa – Filosofia prática. Tradução: Daniel Lins e Fabien Pascal Lins. São Paulo: Escuta, 2002. ___________ Spinoza y el problema de la expression, Barcelona Muchnik Editores 1996 DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1 e 5 São Paulo: Editora 34, 1995 ____________ O que é a filosofia. Rio de Janeiro: Editora 34 3 ed. 2010 DOMINGUEZ, Atilano “La politica em la vida y la obra de Espinosa.” Lisboa 1993 FRAGOSO, E. A. da R. / UNOPAR Cient., Ciênc. Hum. Educ., Londrina, v. 2, n.1, p. 83-90, jun. 2001. _________. O conceito de liberdade na Ética de Benedictus de Spinoza. Revista Conatus – Revista de filosofia – V. 1, n.1 (2007) p. 27-36 GOYARD-FABRE, Simone. Os fundamentos da ordem jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2002. GUEROULT, Martial. Spinoza: Dieu. Paris Aubier 1997. ___________ Spinoza II, L’âme. Paris, Aubier-Montaigne, 1974. HARDT, Michael, Negri, Antonio. Multidão-Guerra e democracia na era do Império. Rio de Janeiro: Record, 2005. _________________ Império 4° ed. Rio de Janeiro: Record, 2005 HOBBES, Thomas, Leviatã. São Paulo: Martins Fontes 1998 HOLANDA, Sérgio Buarque, Raízes do Brasil José Olimpyo Rio de Janeiro 1977 KELSEN, Hans O que é justiça? São Paulo Martins Fontes 2001 MACHEREY, Pierre. Introduction à L`Éthique de Spinoza Le premiére partie – La nature de choses. Paris: PUF 2001 _________________ Introduction à L`Éthique de Spinoza Le quartiéme partie –. Paris: PUF 2001 MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe Brasília UNB, 2000. MOREAU, J., Espinosa e o espinosismo. São Paulo: Ed.70, 1982. Col. Biblioteca básica de filosofia. MATHERON, Alexandre, Individu et communauté chez Spinoza. Paris: Les Éditions de Minuit, 1988 ___________________ Spinoza et la problámatique juridique de Grotius, Paris: Les Éditions de Minuit, 1988 73 MECHOULAN, Henry de. “Être Juif A Amsterda Au Temps De Spinoza” Paris. Albin Michel, 1992 NEGRI, Antônio. A anomalia selvagem: poder e potência em Spinoza. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. __________________ O poder constituinte Ensaios sobre as alternativas da modernidade. Rio de janeiro Lamperina: 2009 __________________ Spinoza Subversivo, Variaciones (in)actuales Madrid: Akal, 2011 OLIVEIRA, Fábio Dantas de. Aspectos da liberdade Religiosa no ordenamento jurídico brasileiro. Teresina: Jus Navigandi 2011 ONETO, Paulo G. Domenech. Spinoza e a passagem ao político. Conatus – filosofia de Spinoza, nº 1, v. I (2007), p.73-79. NOGUEIRA, A., O método racionalista-histórico em Spinoza, São Paulo, Mestre Jou, 1976. SANTIAGO, H. Superstição e ordem moral do mundo. In: Martins, A. (org.). O mais potente dos afetos: Spinoza e Nietzsche, p. 171-212. VALADARES, A. Imagens e analogias do corpo e da mente na política de Spinoza.Cadernos Espinosanos. Espinosanos/Estudos sobre o século XVII. p.95-132. STRAUSS, Leo, Direito Natural e História, são Paulo: Martins Fontes 2014 SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo 16 ed São Paulo: Malheiros 1999 SORIANO, Aldir Guedes. Liberdade Religiosa no Direito Constitucional e Internacional São Paulo: Juarez Oliveira 2002 TERAOKA, Thiago Massao Cortizo. A Liberdade Religiosa no Direito Constitucional Brasileiro, São Paulo: USP 2010 VIRNO, P. Gramática de la Multitud. Para Un Analisis De Las Formas De Vida Contemporâneas. Ed. Traficantes de Suenos, 2005 Referências em sites: Dados do IBGE www.ibge.gov.br Acessado em 05 Jan 2015 http://www.brasil.gov.br/governo/2013/01/censo-de-1872-e-disponibilizado-ao-publico acesso em 10/2015 http://www.camara.leg.br/buscaProposicoesWeb/pesquisaSmplificada acessado em 02/02/2 http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-candidaturas-2014/copy_of_estatisticas-eleitorais-2014 acessado em 02/02/2016por
dc.subject.cnpqServiço Socialpor
dc.thumbnail.urlhttps://tede.ufrrj.br/retrieve/63612/2017%20-%20Pedro%20Augusto%20Dinelli%20Garcia%20Cruz.pdf.jpg*
dc.originais.urihttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/4290
dc.originais.provenanceSubmitted by Sandra Pereira (srpereira@ufrrj.br) on 2020-12-23T10:21:46Z No. of bitstreams: 1 2017 - Pedro Augusto Dinelli Garcia Cruz.pdf: 790961 bytes, checksum: 66df485479cde97c9dafc19cfd129aa5 (MD5)eng
dc.originais.provenanceMade available in DSpace on 2020-12-23T10:21:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2017 - Pedro Augusto Dinelli Garcia Cruz.pdf: 790961 bytes, checksum: 66df485479cde97c9dafc19cfd129aa5 (MD5) Previous issue date: 2017-08-30eng
Appears in Collections:Mestrado em Ciências Sociais

Se for cadastrado no RIMA, poderá receber informações por email.
Se ainda não tem uma conta, cadastre-se aqui!

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2017 - Pedro Augusto Dinelli Garcia Cruz.pdf2017 - Pedro Augusto Dinelli Garcia Cruz772.42 kBAdobe PDFThumbnail
View/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.