Os arranjos produtivos locais como espaço para uma Pedagogia dialógica: a experiência do Campus Amajari - IFRR

Abstract

Esta dissertação apresenta uma análise das práticas pedagógicas realizadas no Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, oferecido pelo Campus Amajari do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima. O município de Amajari localiza-se ao Norte de Roraima e sua área territorial é sobreposta por terras indígenas, assentamentos agrícolas, além de ter como base de sua economia os Arranjos Produtivos Locais da piscicultura e criação de gado bovino, por essa perspectiva, propôs-se como problema de pesquisa analisar em que medida as práticas pedagógicas desenvolvidas no curso em foco articulam-se com os Arranjos Produtivos Locais, aproveitando-os como espaços educacionais. Para a realização do Estudo de Caso, recorreu-se aos procedimentos da etnografia, com abordagem qualitativa, dividida em duas etapas: análise documental e inserção no campo de pesquisa. Para a coleta, previu-se a execução de duas etapas. A primeira dedicada ao reconhecimento dos APLs do Município de Amajari, durante o estágio técnico, ocorrido em junho de 2017; e a observação participante das aulas, no período de setembro a outubro de 2017, momento em que se fez anotações no caderno de campo sobre a dinâmica das aulas teóricas e práticas realizadas. Constatou-se que os diálogos entre o currículo e os Arranjos Produtivos Locais de Amajari necessitam ser fortalecidos, mas se evidenciou um esforço de alguns professores em, por meio da mobilização do conhecimento prévio dos alunos sobre a realidade local, e pela participação em atividades de pesquisa e extensão, aproximar os conhecimentos curriculares dos inerentes aos processos dos APLs. Conclui-se pela necessidade de formação continuada dos professores para que a Educação Profissional do Campo rompa com a lógica de formação apenas para o mercado de trabalho e cumpra sua finalidade de fortalecer o homem do campo como sujeito político, capaz de dialogar com os diferentes saberes, sendo esta atitude pedagógica essencial para que a educação do/no campo faça prevalecer a ação como condição humana e como base para a construção de um currículo humanista e libertador.